O candidato à prefeitura do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem (PL) usou as redes sociais na última terça-feira, 1º, para atacar Eduardo Paes (PSD), atual prefeito e candidato à reeleição, que afirmou em entrevista ao jornal Extra que pretendia distribuir Ozempic na rede pública de saúde caso fosse reeleito.
Na peça compartilhada pelo ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), moradores reclamam da falta de medicamentos básicos nas Clínicas da Família.
"A gente quer uma dipirona, não tem. A gente quer um antibiótico, não tem. Então está faltando muita coisa. Então é isso que você tem que fazer, você tem que tomar vergonha na cara e ir na favela procurar ver o que os pobres estão precisando. Não é Ozempic, não", afirmou uma das entrevistadas.
Na legenda da postagem, Ramagem classificou a declaração do prefeito como "malandragem" e recebeu o apoio de seus seguidores.
"Oferecer Ozempic não seria compra de voto? Isso é no mínimo deprimente. Quem teve experiência em UPA e hospital e perdeu parente é quem sabe", diz um internauta.
O Ozempic é um remédio injetável usado no tratamento da diabetes, mas ficou famoso por ter, como "efeito colateral", o fácil emagrecimento. Nas farmácias do Brasil uma unidade custa, em média, mil reais.
"Tomei muito Ozempic, aquele remedinho que está abaixando o peso de todo mundo. Ele vai ter a patente aberta no ano que vem, vai poder ter o genérico e vou colocar na rede pública toda", afirmou Paes, que alegou ter perdido 30 kg com o uso do medicamento.
"O Rio vai ser uma cidade que não vai ter mais gordinho, todo mundo vai tomar Ozempic nas clínicas da família", acrescentou o prefeito.
Aliados saíram em defesa de Paes depois da declaração. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse a O Globo que a pasta "se prepara para incorporar" a semaglutida, princípio ativo do Ozempic. "É muito importante que a gente ajude a população a controlar o seu peso, estimule a fazer exercício físico e uma alimentação saudável", afirmou Soranz.
Segundo a pesquisa Quaest divulgada na segunda-feira, 30, Paes lidera a corrida à prefeitura carioca, com com 53% das intenções de voto, podendo ser reeleito em primeiro turno. Ramagem aparece em segundo lugar, com 20%, seguido pelo deputado federal Tarcísio Motta (PSOL), com 6%.