O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que o general da reserva Walter Braga Netto deve ser "veementemente punido" se for confirmada sua participação na tentativa de golpe de Estado. O ministro, porém, disse que não tratou desse tema com o chefe do Executivo federal nesta segunda-feira, 16.
Padilha e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, viajaram nesta tarde de Brasília para São Paulo para se encontrarem com Lula, que está na capital paulista após ter sido submetido a procedimentos para tratar uma hemorragia intracraniana, decorrente de acidente domiciliar sofrido em outubro.
"Ele presidente Lula sempre vai defender o direito das pessoas se defenderem, a presunção de inocência que ele não teve, ele faz questão de ter isso, comentou Padilha à imprensa, após reunião com o chefe do Executivo. "Mas não tenha dúvida que, se confirmarem as evidências, as provas de fato de que são pessoas que cometeram atos golpistas, prepararam crimes, cometeram crimes contra a democracia, ele sempre defende, seguindo o devido processo legal que, confirmando-se isso, que sejam veementemente punidos."
Indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga uma tentativa de ruptura democrática decorrente da derrota eleitoral do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto foi preso preventivamente no sábado, 14, por obstrução de Justiça. Trata-se do primeiro general de quatro estrelas preso desde a redemocratização do País. Ele foi ministro da Casa Civil e da Defesa na gestão de Jair Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente em 2022.