A operação deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira, 22, para desmantelar um plano criminoso do PCC que mirava o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) provocou uma discussão nas redes sociais que envolveu, além do ex-juiz, os também senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
Líder do governo no Congresso, Randolfe disse que Moro buscava politizar o plano do PCC e classificou a ação como "mau-caratismo" do ex-juiz. Para Randolfe, o fato de Moro ter sido informado com antecedência sobre a investigação e a Polícia Federal (PF), sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter agido de forma "republicana" ao proteger o ex-juiz são justificativas para uma não politização do episódio.
Moro reagiu nas redes sociais e criticou a postura de Randolfe. "No dia em que foi descoberto um plano do PCC para me matar e a minha família, o Senador vem me chamar de mau caráter!?", escreveu.
Antes, o ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão já havia saído em defesa de Moro ao relembrar nas redes sociais declaração de Lula no dia anterior. O petista afirmou ao site Brasil 247 que, quando era perguntado se estava bem durante o período em que esteve preso em Curitiba, respondia: "Só vai ficar bem quando eu f... com o Moro".
Mourão, então, publicou em suas redes sociais. "Quando o Presidente da República tem por objetivo f um magistrado que cumpriu sua função, ele mostra todo o seu desprezo pelo Estado Democrático de Direito. Na realidade, ele está f... o seu País", disse.
Operação
Na quarta-feira, 22, a Polícia Federal (PF) tornou pública a Operação Sequaz contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal. Ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Moro era um dos alvos da facção. Investigadores do caso desconfiam que toda a vigilância sobre a família do ex-juiz tinha como mais provável objetivo o sequestro do senador; sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP); e dos filhos, que seriam mantidos reféns em uma das chácaras, para obrigar o Estado a negociar a libertação de Marcola ou sua retirada do sistema penal federal.