O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) disse ter sido vetado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, de participar de evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira, 11, em Salvador.
Lula lançou hoje a plataforma digital Brasil Participativo, que vai recolher sugestões da sociedade sobre como devem ser investidos os recursos federais. A cerimônia teve participação de sindicalistas e ativistas sociais, além do governador baiano Jerônimo Rodrigues (PT).
Historicamente ligado ao MST, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) denunciou nas redes sociais o veto de Rui. Ele informou também que não participaria do evento por causa da atitude do ministro. "O MST tem história de luta e merece respeito", publicou o parlamentar no Twitter.
Procurada pelo Broadcast Político, a assessoria do ministro negou que ele tenha impedido o movimento de participar do ato. Em nota, o MST da Bahia criticou Rui Costa e disse que ele quer repetir "no governo federal o trato que ele sempre deu aos movimentos sociais na Bahia enquanto governador, de falta de diálogo e participação coletiva nas construções e debates".
"O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST na Bahia foi surpreendido na manhã de hoje, com o pedido do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de vetar a participação do MST no encontro sobre o Plano Plurianual (PAA) do Governo Federal", disse o movimento, que também pontuou ter participado, com a equipe do governo e da Presidência da República, da construção do evento de hoje em Salvador.
"O Plano Plurianual (PAA) é o principal instrumento de planejamento orçamentário do Governo Federal e é construído a partir da participação da sociedade civil, é a inclusão do povo no planejamento das políticas públicas com a escolha das áreas que terão investimentos mais significativos", destacou ainda o MST baiano. O movimento disse que, apesar do veto, continua "acreditando e defendendo o governo Lula e o governo de Jerônimo na Bahia".
A situação envolvendo Rui Costa é mais um sinal da tensão entre o MST e o governo Lula, que começou com as ocupações de terra realizadas pelos sem-terra no Abril Vermelho. O movimento também é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para apurar as invasões. O governo tem atuado para evitar que a oposição use o colegiado para fragilizar e expor o MST.