Milhares de manifestantes enfrentaram os bloqueios policiais e invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF na tarde deste domingo (8). Alguns dos manifestantes atacaram primeiro o prédio do Congresso. Eles enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa do Congresso e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas.
O grupo também quebrou a vidraça do Salão Nobre do prédio e conseguiram entrar no Congresso Nacional, apesar de enfrentarem resistência da Polícia Legislativa. Após a tomada do Congresso, um grupo menor também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, e conseguiu entrar na área externa do prédio. Policiais formaram uma barreira para impedir acesso ao interior do edifício, de onde despacham o presidente da República e vários ministros.
Os manifestantes conseguiram subir a rampa do Planalto, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a faixa presidencial há uma semana. Lula não está em Brasília. Ele viajou para Araraquara, no interior de São Paulo, para avaliar o impacto das chuvas que atingiram a região nos últimos dias.
Os bolsonaristas foram confrontados por policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo, mas conseguiram avançar e neste momento ocupam todo o jardim no entorno do Congresso. Os extremistas quebraram vidraças e conseguiram entrar no prédio.
Em um terceiro ato, partiram em direção ao prédio do STF (Supremo Tribunal Federal), principal alvo dos bolsonaristas nos últimos anos, e também conseguiram invadir o prédio. As vidraças do prédio do STF foram quebradas e uma parte dos manifestantes chegou até o plenário da corte —que também foi depredado. Os extremistas saíram em marcha do acampamento na frente do quartel-general do Exército, depois de dias de convocações para atos violentos em Brasília.
Além de intervenção militar, o grupo pede a prisão do presidente Lula (PT). Em nota, a Polícia Militar (PM), do Distrito Federal, informou que trabalha para "garantir a paz social". "Em momentos de manifestação popular, a PMDF busca sempre agir para que o evento ocorra de forma pacífica, mantendo-se a integridade das pessoas e patrimônio público e privado, a ordem pública e o cumprimento da legislação", diz.
SEGURANÇA
Neste sábado (7), o ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou o uso da Força Nacional na segurança do Distrito Federal para evitar protestos violentos no local. O reforço na segurança local vai até segunda-feira (9).
No documento, Dino determina que a Força Nacional está autorizada a "auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, assim como na proteção de outros bens da União situados em Brasília, em caráter episódico e planejado, nos dias 7, 8 e 9 de janeiro de 2023".
Bolsonaristas marcaram um protesto para amanhã na capital federal. A previsão é de que ao menos 11 ônibus cheguem a Brasília neste fim de semana. O movimento ocorre após o esvaziamento do acampamento em Brasília depois da posse de Lula.
A deputada federal Joice Hasselmann (PSDB-SP) publicou em suas redes sociais um vídeo do momento em que a grade que isolava o Congresso é derrubada.
Veja:
🚨🚨🚨🚨Bolsonaristas derrubam a grade de isolamento e tentam invadir o Congresso. pic.twitter.com/P679SccArj
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) January 8, 2023
As informações são do site UOL.