O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse nesta segunda-feira, 22, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve priorizar o diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O encontro deve ocorrer nesta semana, com o objetivo de tratar das chamadas "pautas-bomba" e outros temas que estão provocando tensão nas relações entre Executivo e Legislativo.
"A articulação nas duas Casas está arrumada, mas é sempre bom requisitar a participação do presidente Lula nas negociações", disse Randolfe em entrevista àGloboNewsnesta manhã, reiterando que o governo pode liberar parte do valor dos R$ 5,6 bilhões vetados em emendas.
"O governo está à disposição para dentro dos cinco bilhões - que é reivindicado - ceder parte deste veto, acordar a parte deste veto, para atender as reivindicações do Congresso", afirmou o parlamentar.
Randolfe reafirmou que na quarta-feira (24) haverá sessão do Congresso para apreciação dos vetos presidenciais e avaliou que a sessão será "exitosa". Ele voltou a dizer que "o governo está disposto a ceder parcialmente sobre os recursos a serem liberados nas emendas parlamentares". Sobre a sessão, Randolfe disse que o apelo será para o bom senso, já que as chamadas "pautas-bombas" têm forte impacto nas contas do Executivo, a exemplo da PEC do Quinquênio, em andamento no Senado.
"Estamos construindo um acordo com o conjunto de vetos, são 32 vetos que nós devemos apreciar, inclusive remanescentes, desde o governo anterior, que estamos dispostos a enfrentar com o apoio de nossa base", reforçou o líder do governo no Congresso.
O senador falou também da regulamentação da reforma tributária, destacando que até o fim da semana os textos já devem estar no Congresso: "O Ministério da Fazenda deverá enviar ainda nesta semana os dois PLs sobre a reforma."
Quinquênio
Ao falar sobre a PEC do Quinquênio, Randolfe disse: "Sobre o tema da PEC do Quinquênio, não quero tirar nenhum mérito daqueles que a reivindicam, mas me parece que ela não é muito oportuna para um momento que o governo faz uma mobilização para organizar fiscalmente as contas públicas. O senador ainda destacou o peso do rombo de R$ 300 bilhões deixado pelo governo anterior.