O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a participação de mais países no Conselho de Segurança das Nações Unidas e classificou o tema como uma "briga".
A declaração ocorreu durante um evento da iniciativa Goalkeepers, da Fundação Bill e Melinda Gates, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 23. Na ocasião, Lula foi recebido como ganhador de um prêmio pela "Luta Contra a Fome e a Pobreza".
Segundo Lula, conflitos como a guerra da Rússia e da Ucrânia poderiam ser evitados "se a ONU cumprisse com a sua tarefa de ser uma espécie de governança mundial".
Lula prosseguiu: "Como é que a gente vai cuidar do planeta Terra se as decisões que são tomadas nos encontros não são cumpridas?", indagou. Na sequência, disse ter ocorrido descumprimento do Protocolo de Kyoto, do Tratado de Copenhague e do Acordo de Paris.
"Nada é cumprido, porque não tem governança. Porque não tem autoridade governamental mundial, e é preciso ter", declarou. "Então, a nossa briga é que o mundo não pode continuar com cinco países sendo membros do Conselho de Segurança da ONU, não pode", disse.
Em seguida, Lula defendeu a entrada de países dos continentes africano, sul-americano e asiático para que haja uma "instância mais plural e representativa".
"Ninguém mais respeita uma decisão da ONU. Então, os pobres não têm essa representação", afirmou. Logo depois, Lula disse que o tema será discutido no G20.