Com 44 % das intenções de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa pelo Palácio do Planalto. Ele é seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32 %. Os números são da primeira pesquisa eleitoral feita neste ano pelo Ipec (ex-Ibope). Obtidos depois que o Auxílio Brasil passou a ser de R$ 600, os dados do Ipec mostram que a principal aposta de Bolsonaro para abalar o favoritismo do petista, retratado na quase totalidade das pesquisas de outros institutos, não surtiu ainda o efeito desejado.
Ainda segundo o Ipec, Ciro Gomes (PDT) tem 6 % e Simone Tebet (MDB), 2 %. Só Vera Lúcia (PSTU) atingiu mais de 1% entre os demais candidatos. Com isso, Lula tem mais votos do que a soma de intenções de voto dos demais candidatos, o que poderia garantir uma vitória no primeiro turno.
Na última pesquisa do Ipec, em dezembro de 2021, Lula aparecia com 48% dos votos e Bolsonaro com 21%. A pré-campanha ainda registrava com as pré-candidaturas de Sérgio Moro, então no Podemos, e João Doria (PSDB). Por isso, não é possível comparar o levantamento atual com o anterior.
Nos cenários agora de segundo turno, o petista venceria Bolsonaro (51% ante 35%). Contratada pela TV Globo, a pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 14 de agosto e entrevistou 2 mil eleitores presencialmente. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-03980/2022. A pesquisa tem 2 pontos de margem de erro para mais ou para menos.
Campanha
O TSE recebeu o registro de 12 candidaturas, mas um dos partidos - o PROS - anunciou ter desistido para apoiar a do PT (mais informações na pág. A11). Ontem foi o último dia para o registro de candidatos.
Para o início da campanha, Lula e Bolsonaro escolheram lugares símbolos da trajetória política dos dois: Juiz de Fora (MG) e São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Bolsonaro fará seu primeiro discurso onde sofreu o atentado a faca, em 6 de setembro de 2018. Seu comitê trabalha com a ideia de "renascimento", tanto do ponto de vista religioso quanto nas pesquisas.
O presidente chega à cidade às 11 horas e vai se reunir com autoridades religiosas após uma motociata. Depois do discurso no "local exato" da facada, o presidente vai participar de evento na Santa Casa de Misericórdia, onde foi operado. A religiosidade ganha cada vez mais espaço na campanha. Em vídeo para convocar os apoiadores, Bolsonaro se refere à cidade mineira como o lugar onde "renasceu". O presidente cita o lema "Deus, pátria, família e liberdade".
Enquanto Bolsonaro visita Juiz de Fora, Lula vai começar a campanha na porta da fábrica da Volkswagen. Outro evento, previsto para uma fábrica na zona sul paulistana, foi cancelado por razões de segurança.
Todas as agendas programadas para Lula são no Sudeste, região onde a campanha tenta ganhar terreno. Além de São Bernardo, ele estará em Minas na quinta-feira e fará ato no Anhangabaú, São Paulo, no sábado.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, pediu calma na avaliação das pesquisas. "Vamos ter várias. E elas vão refletir o momento da campanha." Pela manhã, pesquisa BTG/FSB trouxe recuperação de Lula, que passara de 41% para 45% enquanto Bolsonaro se manteve com 34%.
Tebet e Ciro
O candidato do PDT, Ciro Gomes, começará a campanha reunindo-se com moradores de Guaianases, zona leste de São Paulo. Já Simone Tebet (MDB) encontrará representantes do setor cultural, também em São Paulo. O candidato do Novo, Felipe d'Avila, é outro que começará a campanha na cidade. Às 7 horas, ele vai a um evento na zona sul.
À noite, os principais candidatos devem comparecer à posse do ministro Alexandre de Moraes, na presidência do TSE. As assessorias de Lula, de Bolsonaro. Ciro e de Tebet confirmaram a presença deles na solenidade em Brasília.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.