A CPI da Covid-19 aprovou nesta quarta-feira (15), a convocação da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle. A convocação foi uma proposta do senador Alessandro Viera (Cidadania-SE), que alega que a comissão deve esclarecer alguns pontos em aberto e os trabalhos não devem ser encerrados na próxima semana.
Ana Cristina foi citada nesta quarta-feira durante o depoimento do suposto lobista da Precisa Medicamentos, Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria. A empresa firmou um contrato com o Ministério da Saúde para venda de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech. O governo federal cancelou o contrato após as apurações da CPI.
Albernaz disse que conhece Jair Renan há cerca de dois anos e que tem com ele uma relação de amizade. Ele confirmou que também conhece a mãe do jovem, Ana Cristina, ex-esposa de Bolsonaro. O filho 04 de Bolsonaro também já frequentou a casa do suposto lobista, como mostraram conversas obtidas pela comissão, que estão em inquérito do Ministério Público Federal do Pará.
Diálogos mostram Marconny reclamando que sempre que o filho de Bolsonaro vai à sua casa, o síndico reclama de barulho. "Parece até petista", escreveu. Aos senadores, disse que Jair Renan esteve na sua casa umas "duas ou três vezes". Ele também se encontrou com o jovem na casa da advogada do presidente Bolsonaro, Karina Kufa, em maio do ano passado. Na ocasião, conheceu o ex-secretário-executivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Ricardo Santana.
Albernaz também ajudou Jair Renan com a abertura de sua empresa, cujo escritório fica no Estádio Mané Garrincha, como mostram as mensagens de seu celular. À CPI, ele disse que apenas o apresentou a um amigo tributarista que poderia auxiliar na abertura da empresa. "A Cristina eu conheci pelo filho e o Jair, como já tinha falado, eu conheci por amigos em comum logo que ele chegou a Brasília", afirmou.
Com informações: R7