Bolsonaro reclama por ser "ameaçado de cadeia quando deixar o governo”

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 04/08/2022
“Por vezes me pergunto: ‘Quem sou eu para chegar onde cheguei?’. "

Nesta quinta-feira (04), em discurso durante agenda com pastores evangélicos, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou por ser ameaçado de prisão quando deixar o cargo.  Guilherme Amado, colunista do Metrópoles, revelou que Bolsonaro tem relatado aos seus aliados o que enxerga como uma conspiração para levá-lo à prisão num cenário de derrota em sua tentativa de reeleição.

“Por vezes me pergunto: ‘Quem sou eu para chegar onde cheguei?’. Isso não é da boca para fora. O pessoal sabe, quando anda comigo, quantas vezes eu falo: ‘É muito mais fácil estar do outro lado, mas muito mais fácil, e não estar sendo ameaçado de cadeia quando deixar o governo’”, discursou Bolsonaro.

O presidente afirmou, ainda, que a acusação que recairia sobre ele seria a mesma que recaiu sobre a ex-presidente da Bolívia, Jeanine Añez: atos antidemocráticos. Na sequência do discurso, Bolsonaro se queixou de pressões externas para nomeações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Tem pessoas que o tempo todo ficam falando: ‘Olha o teu futuro, você tem que fazer isso’, ‘Eu não quero esse nome para o STJ, tem que ser aquele outro, porque é lista tríplice, ou lista quádrupla’. Para o Supremo, a pressão que eu sofri”, relatou o presidente.

Ainda durante o discurso, Bolsonaro ressaltou que busca "impor", via Forças Armadas, eleições transparentes no país.   

“Três do TSE acreditam piamente nas pesquisas do Datafolha. Eu estou fazendo a minha parte no tocante a isso, buscando impor eleições transparentes, via Forças Armadas”, afirmou.

- Jair Bolsonaro, Presidente da República
  

As Forças Armadas foram convidadas para integrar a Comissão de Transparência Eleitoral e apresentaram sugestões ao pleito deste ano. Alguns dos itens foram acatados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outros foram negados, sob a justificativa de que não há tempo hábil para implementação nesta eleição.

O presidente tem se queixado dessa recusa, criticando de forma nominal os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes – respectivamente, ex, atual e futuro presidente da Corte Eleitoral.

Fonte: Informações do Metrópoles.