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'Abin paralela': PF investiga se ferramenta para invadir computadores foi usada

A Polícia Federal (PF) investiga se aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usaram indevidamente outras ferramentas de espionagem além do software First Mile, que permite o monitoramento de geolocalização

Rayssa Motta e Fausto Macedo (via Agência Estado)

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Escrito por Rayssa Motta e Fausto Macedo (via Agência Estado)
Publicado em 26.01.2024, 20:08:00 Editado em 26.01.2024, 20:14:24
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A Polícia Federal (PF) investiga se aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usaram indevidamente outras ferramentas de espionagem além do software First Mile, que permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real.

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Documentos apreendidos na Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023, indicam que outros programas podem ter sido mobilizados em nome dos interesses pessoais e políticos de Bolsonaro.

A PF afirma ter encontrado anotações compatíveis com a ferramenta Cobalt Strike, que pode ser usada para invadir computadores. O aplicativo LTESniffer, que intercepta tráfego em redes 4G, é outro que, segundo a Polícia Federal, pode ter sido usado pela "Abin paralela".

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Até o momento, a PF já crava que o software First Mile foi usado mais de 60 mil vezes pela Abin entre fevereiro de 2019 e abril de 2021. O programa não permite o grampo de mensagens e ligações, mas dá acesso à geolocalização em tempo real e a dados pessoais registrados junto a operadoras de telefonia. A capacidade de monitoramentos simultâneos do programa ainda é investigada.

A Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na quinta-feira, 25, é um desdobramento da Última Milha. Os policiais fizeram buscas na casa e no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin.

Ramagem é investigado porque, segundo a PF, teria autorizado investigações paralelas, sem autorização judicial e sem indícios mínimos de materialidade que justificassem as apurações. "A informalidade era um meio de ação para não deixar rastros", afirmou a Polícia Federal no relatório do caso.

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O deputado nega irregularidades, afirma que a investigação é uma "salada de narrativas" e que a Polícia Federal quer incriminá-lo.

Para a PF, a Abin foi loteada e instrumentalizada contra desafetos de Bolsonaro e para apoiar seus aliados. Dois departamentos da agência estão no centro da investigação, o Centro de Inteligência Nacional (CIN) e o Departamento de Operações de Inteligência (DOINT).

A Polícia Federal afirma que o aparato da Abin foi usado para monitorar políticos de oposição ao governo e para auxiliar a defesa de filhos do ex-presidente em investigações criminais. A agência também teria sido usada para atacar as urnas e para tentar associar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

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COM A PALAVRA, A ABIN

"Há 10 meses a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações."

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