Partido de Kassab é 'uma incongruência', diz líder do PT

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 21/03/2011

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP), disse hoje que a criação do novo partido do prefeito Gilberto Kassab, o Partido Social Democrático (PSD), é "uma incongruência" do sistema político brasileiro e uma atitude "personalista" do prefeito. "É uma incongruência. Por que ele precisa criar um novo partido? Qual era a questão programática que diferencia o partido dele dos demais?", questionou, após participar de debate sobre reforma política, promovido pelo Conselho Superior de Estudos Avançados, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).


Para Teixeira, embora os partidos precisem passar por uma renovação que torne o ambiente partidário mais democrático, o atual sistema não impõe exigências para a criação de um partido político. "É tão fácil formar um partido como é mudar de camisa", afirmou. "Eu acho que deveria haver mecanismos que exigissem mais da formação de um partido. Essa exigência é baixa e isso precisa ser barrado". Na avaliação do líder do PT, o novo partido de Kassab é um exemplo dessas deficiências. "É um desejo personalista que não tem nenhum fundo programático".


O deputado disse ver "com bons olhos" a aproximação de Kassab com a base aliada do governo de Dilma Rousseff. "O fato dele participar da base, eu vejo com bons olhos, mas a formação de um novo partido, eu acho que enfraquece a democracia brasileira", afirmou.


Teixeira disse ainda ser contra a criação do "distritão, proposta de reforma política defendida pelo PMDB, por meio da qual os Estados se tornariam distritos eleitorais e os deputados mais votados seriam eleitos, eliminando-se, assim, o coeficiente eleitoral. "Somos contrários ao 'distritão' porque ele ajuda a agravar problemas e as distorções ainda mais. Ele excede o poder econômico, aumenta o personalismo, favorece as oligarquias e enfraquece os partidos", afirmou.


O líder do PT defende o voto em lista, o financiamento público das campanhas eleitorais, a criação de federações partidárias em substituição às coligações e a maior participação direta da população por meio de referendos e plebiscitos.