Presidente da OAB cobra de Temer reforma política

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 24/01/2011

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, reuniu-se hoje com o vice-presidente da República, Michel Temer. Ao final do encontro, concedeu entrevista para defender a reforma política. Cavalcante pregou, principalmente, o fim do voto de legenda, lembrando que foi esse mecanismo que permitiu que vários parlamentares com pouquíssimos votos chegassem ao Congresso na esteira da votação do palhaço Tiririca (PR-SP).


"Queremos o voto majoritário para a eleição da Câmara dos Deputados. Entendemos que na democracia é preciso que quem foi votado leve a eleição", disse Cavalcante, lembrando que parlamentares com centenas de milhares de votos ficaram de fora da Câmara, enquanto outros, apesar do fraco resultado nas urnas, garantiram vaga no Legislativo. Mas Ophir reconheceu "que essa discussão não será um mar de rosas, por ser um tema árido, pouco conhecido do eleitor".


Segundo o presidente da OAB, o vice-presidente Michel Temer disse que o tema "reforma política" será discutido, mas falou das dificuldades existentes para a aprovação de algumas propostas. Ophir Cavalcante espera que até o final deste semestre seja possível que o assunto seja levado para discussão com a sociedade. Ainda sobre a reforma política, Ophir disse que há consenso, dentro da OAB, para que haja uma proposta com o objetivo de acabar com a figura do suplente no Senado. Segundo ele, é preciso que "se respeite o voto da maioria e acabar com composições espúrias, que muitas vezes são feitas para indicação do suplente do senador".


Ainda na pauta de Ophir, é preciso também discutir o fim da reeleição e o sistema de financiamento das campanhas eleitorais. Para o presidente da OAB, o ideal seria um financiamento misto, público e privado, com um valor limitado (mas ele não especificou qual seria esse valor). Depois do debate com a sociedade, a OAB quer discutir os temas com os partidos políticos para levar o assunto para dentro do Congresso. Temer, ao falar da dificuldade de aprovação de propostas sobre a reforma política, lembrou que é importante que os partidos saiam fortalecidos deste processo.