Governo de Beto Richa promete atrair a iniciativa privada

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 03/01/2011
Governo de Beto Richa dá seus primeiros passos nesta semana

O governo Beto Richa, eleito em outubro de 2010 e empossado no último sábado, dá seus primeiros passos nesta semana. O desafio inicial é colocar a casa em ordem, ajustar as contas. Segundo a equipe de transição do novo governo estadual, o Orçamento de 2011, aprovado no final de 2010, nas últimas semanas do mandato anterior, traz um “rombo” de R$ 1,5 bilhão.
Com as contas em dia, a ideia dos secretários é atrair a iniciativa privada.

“Vamos ajudar a trazer o capital para o Paraná”, disse Ricardo Barros (PP), secretário da Indústria e Comércio. “O capital, que foi tratado com restrições nesse último governo, é o capital amigo, no entendimento do governo Beto Richa”, explica o ex-deputado federal. “Todos que quiserem vir ao Paraná para gerar emprego e pagar impostos são bem-vindos”, comentou.


O secretário do Planejamento, Cassio Taniguchi (DEM), fez duras críticas ao governo Roberto Requião. “O Planejamento foi sucateado nesses 8 anos”, diz o ex-deputado federal. “O Paraná sofreu, deixou de receber vários investimentos privados, em função de uma ideologia que eu não sei qual é”, afirmou.


Taniguchi defende parcerias com a iniciativa privada para melhorar a infra-estrutura e a economia do estado. “Teremos uma gestão compartilhada com os governos municipais e com a área empresarial, que sempre motivou o desenvolvimento do estado”, argumentou.


Enquanto alguns secretários apostam no crescimento, a secretaria da Fazenda, que ficará a cargo do deputado federal Luiz Carlos Hauly, terá que equacionar gastos, investimentos e arrecadação. “O principal desafio é estabilizar as finanças do estado, ajustar todas as contas, para poder investir em infraestrutura”, disse.


Para Hauly, o governo precisa recuperar seu poder de transformar o estado. “Hoje a capacidade de investimento do estado é muito baixa, de R$ 1,3 bilhão por ano. Isso é muito pouco para um estado como o Paraná. Temos que melhorar isso”, afirmou. “Vamos fazer um ajuste fiscal. Aumentar receita e diminuir despesas”, disse. Segundo o secretário, também é necessário rever o valor repassado pelo Governo Federal aos estados, como os royalties e a Lei Kandir. E também renegociar os juros das dívidas dos estados com a União. “Hoje o Governo Federal cobra 50% a mais de juros do que os estados”, comentou.

Equipe de Richa vê déficit em orçamento

A equipe de transição do governador Beto Richa avaliou o Orçamento de 2011, aprovado pelo governo anterior no final de 2010, e apurou um déficit de R$ 1,5 bilhão. Os recursos previstos no Orçamento não são suficientes para cobrir todas as despesas, inclusive em áreas essenciais, como saúde e educação.


Luiz Eduardo Sebastiani, novo secretário da Administração, participou da equipe de transição e atestou os problemas. “A preocupação persiste. Temos que cortar gastos”, afirmou.


Allan Jones, chefe da equipe de transição do governador Orlando Pessuti (PMDB), negou o déficit. “A contabilidade do Estado está equilibrada e cumpriremos todos os compromissos”, declarou Jones. Para ele, houve erro de análise por parte da equipe de Beto Richa. O grupo de Richa apresentou um relatório detalhado com os 24 itens (previsões orçamentárias subestimadas, antecipações de receita e renúncias fiscais) que podem provocar o déficit em 2011.