Lava Jato no Rio prende ex-secretário de Cabral

Autor: Da Redação,
terça-feira, 13/03/2018

FELIPE BÄCHTOLD

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma nova fase da Lava Jato do Rio deflagrada nesta terça-feira (13) levantou suspeitas sobre a segurança pública do estado. A ação prendeu mais um ex-secretário do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e um delegado da Polícia Civil fluminense que chefia uma das mais importantes áreas da corporação.

A operação, batizada de "Pão Nosso", apura suspeitas de desvios estimados em R$ 44,7 milhões no fornecimento de alimentação em presídios administrados pela Secretaria de Administração Penitenciária do estado. Pela primeira vez, o Ministério Público Estadual participa da operação.

Um dos alvos de mandados de prisão é o ex-secretário da pasta César Rubens de Carvalho, que é coronel da Polícia Militar. Ele foi comandante de batalhões na região metropolitana e esteve à frente da secretaria também no início do mandato do atual governador, Luiz Fernando Pezão (MDB).

Outro suspeito preso é Marcelo Martins, que hoje chefia o Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil fluminense.

Segundo o Ministério Público do estado, o empresário Carlos Felipe Paiva comandava um esquema de desvios em contratos de lanches no sistema penitenciário do Rio que beneficiou o ex-secretário.

A investigação apontou que Carvalho era sócio do pai de Marcelo Martins em uma empresa suspeita, chamada Intermundos, e que o patrimônio do ex-secretário aumentou dez vezes enquanto esteve na pasta.

Delator da operação, Carlos Emanuel Miranda disse que Cabral recebia parte da propina, mas sem um percentual fixo. Também acusou o delegado de receber mesada de R$ 5.000 de outro operador, Ary Ferreira.

A defesa do ex-secretário diz que ele não cometeu irregularidades e que o Ministério Público do estado já afirmou que a variação patrimonial dele é compatível com seus rendimentos.

Segundo a defesa, Cabral desconhece irregularidades na Secretaria de Administração Penitenciária e nunca "compactuou com ilícitos na sua vida pessoal ou como gestor público".

A reportagem não localizou os advogados dos outros alvos.