Polícia reprime manifestantes que forçam grades da Assembleia no Rio

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 17/11/2017

LUCAS VETTORAZZO

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Servidores públicos do Estado do Rio, sindicalistas e estudantes protestam na tarde desta sexta-feira (17) contra o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Jorge Picciani (PMDB), em frente ao prédio do Legislativo estadual. A policia reprimiu os manifestantes que forçaram as grades da Assembleia.

Policiais usaram bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e balas de borracha para afastar os manifestantes que estavam na porta da Alerj. Grupos forçaram as grades na entrada e a polícia reagiu.

O movimento que se organiza há pouco mais de um ano contra as medidas de ajuste fiscal do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) voltou ao centro do Rio para pressionar deputados que irão votar pela prisão ou não de Picciani e seus correligionários Paulo Melo e Edson Albertassi.

O público é menor em relação a outros protestos do tipo no Rio. Muitos servidores não quiseram engrossar as filas do protesto com medo da violência. Nesta tarde de forte calor no Rio, os ânimos estão exaltados.

Os manifestantes obtiveram liminar para ocupar as galerias do Palácio Tiradentes, mas a Polícia Militar em grande contingente impede o cumprimento da decisão judicial da Justiça do Estado. As 15h30 os manifestantes comemoraram a decisão e chegaram a forçar as grades que cercam o palácio.

A servidora Valdinea Cavalcante, do Tribunal de Justiça do Rio, foi atingida no supercílio por uma bomba. Ela recebeu os primeiros socorros e foi retirada do protesto com o rosto sangrando.

Há no ato professores, servidores da saúde, policiais, bombeiros e agentes.

Um delegado da Polícia Civil chegou a ser cercado por PMs porque soltava fogos para o alto por volta das 15h.

Tratava-se do delegado Alexandre Neto, que garantiu ser um protesto pacífico. Ele defendeu a pressão feita sobre deputados dentro do prédio.

"Passeata sem barulho é procissão", disse ele.

O primeiro tenente da polícia militar, Nilton Pereira, era um dos presentes e pediu uma manifestação pacífica embora tenha reconhecido que após um ano de protestos nada mudou.

"Gente na rua ainda é o maior instrumento de pressão", disse.