Serra diz que PT é bamba na 'baixaria'

Autor: Da Redação,
domingo, 05/09/2010
Serra veio ao Paraná pela quarta vez desde que começou sua campanha

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, disse ontem em Londrina, que o PT é especializado em "guerra suja" durante as campanhas eleitorais. "Essa foi uma operação de guerra suja, uma baixaria. Nós nunca fizemos. Sempre que aparece alguma coisa desse tipo é do PT", atacou Serra, ao comentar a denúncia de quebra do sigilo fiscal de sua filha, Verônica, na Receita Federal. Serra veio ao Paraná pela quarta vez desde que começou a campanha eleitoral deste ano.

Na entrevista coletiva que concedeu no aeroporto de Londrina, o candidato tucano acusou o presidente Lula de confundir a função política com o cargo de presidente da República. Ontem, Lula declarou que Serra está explorando o episódio da denúncia para justificar seu fracasso eleitoral na disputa, ao se colocar como vítima de uma infração sobre a qual não apresentou provas. "Não tive acesso a todas as declarações. Mas foi cometido um crime contra a minha filha. E fiquei indignado como ficaria qualquer pai", afirmou.


Ao invés de questionar a denúncia, Serra disse que Lula deveria apurar responsabilidades e punir os culpados. "Numa democracia, o presidente da República deve representar todos os brasileiros", reagiu o candidato tucano. Para Serra, faz parte da lógica do PT acusar a vítima e proteger os agressores. "O que o PT sempre faz é culpar a vítima por agressões que ela sofreu. Esta é a lógica petista e a lógica da candidata deles. Quem denuncia a violação é criminoso. Quem faz a violação é apresentado como vítima de perseguição", atacou.

Serra disse que continua aguardando respostas. "O governo e a Receita Federal devem explicações. A Receita é um órgão de estado que deveria ser independente e ter sua integridade reafirmada a cada dia. E não estar envolvido em violação de direitos do cidadão às vésperas da eleição", declarou o candidato, que disse que não ficou surpreendido com as informações de que o contador Antonio Carlos Atella Ferreira, apontado como o autor do pedido de acesso aos dados fiscais de Verônica, tenha sido filiado ao PT. "É tradicional no PT. Toda a eleição, eles fazem coisas parecidas. Isso mostra como há envolvimento político na operação criminosa", afirmou.

Boca de Urna

Sobre os efeitos do caso na sua candidatura, Serra afirmou que não espera ter nenhum tipo de ganho eleitoral. "Eu não estou preocupado com a eleição neste caso. Quem tem que ganhar é o Brasil descobrindo quem foi. Porque se essa gente faz isso em campanha eleitoral, imaginem o que fariam se ganhassem a eleição. Por sorte estou com expectativa de ganhar e impedir que essa gente não chegue ao poder", comentou. Serra minimizou os números das pesquisas de intenções de votos. A mais recente delas, realizada pelo instituto Datafolha e divulgada ontem, mostra a candidata adversária, Dilma Rousseff (PT), com 5O% das intenções de votos, contra 28% do tucano. "Eu não tenho comentado pesquisas. O importante é fazer o trabalho com as pessoas, que vão fazer a pesquisa de boca de urna", desconversou o candidato.

Devido ao atraso na chegada ao Paraná, Serra cancelou parte da agenda e de Londrina foi direto para Cornélio Procópio, onde visitou uma feira de produtos agropecuários. O candidato a presidente estava acompanhado do candidato ao governo, Beto Richa (PSDB), dos candidatos ao Senado, Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP).