LETÍCIA CASADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta sexta (23) que o sistema penal não é a resposta para todos os problemas do país e que "nenhum juiz condena por ódio".
"Não se pode demonizar a política. Não será o sistema penal punitivo a resposta de todos os males", afirmou, durante evento no tribunal.
"Nos dias correntes, a propósito, permito-me trazer a lição do eminente Ministro Cesar Peluso, a quem muito estimo e admiro, segundo o qual nenhum juiz verdadeiramente digno de sua vocação condena ninguém por ódio", afirmou o ministro.
Ele citou ainda outra frase de Peluso: "Nada constrange mais um magistrado do que ter que, infelizmente, condenar um réu em matéria penal".
Fachin destacou grande volume de processos na corte: apenas em seu gabinete tramitam 117 inquéritos vinculados à Lava Jato, além de outros 25 que ainda não foram redistribuídos, o que totaliza 142 procedimentos.
No primeiro semestre, seu gabinete registrou 576 incidentes processuais derivados de processos penais (como petições, por exemplo), além de ações penais, cautelares, extradições e prisões, afirmou o ministro.
Portanto, disse Fachin, "as instituições estão a funcionar, não há que se falar crise institucional no Brasil". "Pode orgulhar-se o Brasil da democracia que tem e que exercita", afirmou.