Para economista, Michel Temer já perdeu a sua governabilidade

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 22/05/2017
Temer é alv

Mais uma vez os brasileiros são surpreendidos com escândalos de corrupção em nível de governo federal e de Congresso. Quando se pensa que o País está se recuperando de uma crise política e econômica, novas denúncias recaem sobre os governantes e os parlamentares. Agora o escândalo da corrupção envolve o próprio presidente da República, Michel Temer (PMDB), acusado de ter dado aval ao dono da JBS, Joesley Batista, para comprar o silencio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do operador Lúcio Funaro, ambos presos na Operação Lava Jato. Esta afirmação foi feita por Joesley Batista à Procuradoria-Geral da República.

A denúncia também envolve o deputado federal paranaense, Rodrigo Rocha Loures (PMDB), que foi o indicado por Temer para ajudar, conforme consta da gravação, a “resolver a situação”.As informações fazem parte de uma delação de Joesley, agora homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, inclusive, já determinou a abertura de inquérito para investigar o presidente. Temer, por sua vez, nega as acusações.A denúncia surge no momento em que o Congresso Nacional discute as reformas propostas pelo próprio presidente Temer com vistas a tirar o País da crise e colocá-lo no eixo do desenvolvimento. 

O escândalo, além de abalar o mercado financeiro, compromete o andamento das reformas da Previdência e Trabalhista. Enquanto isso, surgem movimentos a favor da renúncia de Temer ou do impeachment, como ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Para o economista e professor Rogério Ribeiro, pró-reitor de Administração e Finanças da Universidade Estadual do Paraná (Unespar/Fecea), os episódios recentes de suposto envolvimento do presidente Temer e de outros agentes políticos em ações de conspiração e de corrupção com certeza irão abalar a já sofrida economia brasileira. Basta ver o que aconteceu no dia seguinte à publicação destes fatos: bolsas caindo e câmbio disparando. Segundo ele, o clima é de incertezas e de insegurança acerca do cenário de curto prazo para a economia brasileira.

Professor Rogério salienta que não tem como estimar as consequências dos impactos dos episódios recentes no comportamento dos indicadores econômicos. Não dá para se ter um cenário claro de que seria melhor a saída de Temer da presidência ou não. “O que é certo é que o governo federal perdeu toda a sua governabilidade e os acordos de coalizão já estão sendo revistos. Muitos partidos estão deixando a base de apoio ao governo, o que poderá implicar num retardamento dos processos de apreciações das reformas propostas”, observa. Entretanto, conforme avalia, se comprovado o envolvimento do presidente em obstrução da Justiça e atos de corrupção e de recebimento de propina, não resta alternativa a não ser a sua saída.