Eduardo Jorge: Receita tenta abafar escândalo político

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 30/08/2010

O vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, reagiu às explicações do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, sobre o vazamento de dados fiscais dele e de outros três tucanos ligados ao comando do partido. "As declarações de hoje são mais uma operação política da Receita, desta vez destinada a abafar o escândalo", afirmou.

O tucano disse estranhar que, há dois dias, os diretores da Receita se negavam a falar sobre o assunto alegando "sigilo" e agora convocaram uma entrevista coletiva. "Vejo uma instituição que sempre se pautou pela neutralidade política e pelo cumprimento do seu papel de entidade de Estado passar a servir a uma facção política."

Cartaxo e o corregedor-geral da Receita, Antônio Carlos Costa D'Ávila, negaram qualquer conotação política no vazamento e o atribuíram a um esquema de compra e venda de dados fiscais na delegacia de Mauá, na Grande São Paulo. "Tenho uma cópia do processo de investigação da Receita. Ali não há indício, nem sequer suposição, de venda de dados", reagiu Eduardo Jorge. "Fica claro, no processo, que a quebra do meu sigilo foi uma operação política."

Eduardo Jorge repetiu o discurso do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de responsabilizar a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, pelo vazamento. "Tem duas pessoas no comando das duas operações - do vazamento e da tentativa de abafar o escândalo -, a candidata Dilma e o presidente Lula", disse. "A intenção das quebras de sigilo era ver se descobriam alguma coisa que pudesse ser utilizada contra Serra."

O tucano disse não temer ser investigado e negou qualquer irregularidade em sua relação com a Receita Federal. "Não tenho preocupação porque minha vida é transparente. Não tem irregularidade nenhuma. Eles vão quebrar a cara."