Mônica Moura contesta valor de pagamentos de planilha da Odebrecht

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 12/05/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contestou em depoimento ao Ministério Público valores de pagamentos que constam de planilhas entregues por ex-executivos da Odebrecht nos acordos de delação.

Ela diz, por exemplo, que não recebeu R$ 24 milhões em 2014.

"Tem uma planilha que aparece que a Maria Lúcia [secretária do departamento da propina] fala que eu recebi [R$] 24 milhões, algo assim, em 2014. A altura do campeonato que eu cheguei da minha vida, que é estar aqui, eu não tenho por que mentir se foi 15, se foi 20. Eu não recebi [R$] 24 milhões. Se eles disseram que pagaram pra mim, pagaram pra alguém, não pagaram pra mim", afirma.

Ela diz que, em 2014, recebeu R$ 10 milhões da construtora "em dinheiro no Brasil", além de recurso pela campanha no Panamá.

Ela também diz que parece "muito alto" o que consta em 2011 da "planilha Italiano", que foi apresentada a ela durante os depoimentos.

Segundo os delatores, a planilha Italiano reunia créditos e débitos do ex-ministro Antonio Palocci com a empreiteira para custear campanhas e outros gastos do PT.

"É fácil verificar a verdade dos fatos. porque é só pegar meus extratos e ver se é. Eu não lembro desse valor, US$ 10 milhões, é muito alto para o que foi pago em 2011", ela diz.

"O valor não confirmo, não por dizer se está errado ou se está certo, mas porque preciso verificar."

Ela afirma que sua defesa tem os valores tabulados, que foram apresentados ao Ministério Público.

Identificada ao lado do marido, João Santana, como "Feira" pela Odebrecht, ela afirmou que os executivos da empresa lhe deram uma outra versão sobre o apelido.

Contou que uma vez estava em reunião com Fernando Migliaccio, executivo da empresa, quando viu a palavra "Feira" anotada em um papel.

Questionou então do que se tratava: "Feira é uma modalidade de pagamento. Toda vez que é campanha presidencial é via feira. Quando é campanha de deputado já tinha outra modalidade", respondeu Migliaccio, segundo Mônica.

Ela então diz que ele pode ter dado essa versão porque "talvez não quisesse que eu soubesse do apelido que eu tinha lá dentro"