Mantega e deputados são investigados sob suspeita de receberem propina

Autor: Da Redação,
terça-feira, 11/04/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta terça-feira (11) a abertura de inquérito para investigar os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP) e João Carlos Bacelar (PR-BA), além do ex-deputado federal Cândido Vaccarezza (ex-PT, atual PTdoB-SP) e do ex-ministro Guido Mantega, sob suspeita de receberem pagamentos irregulares da Odebrecht em troca da defesa de interesses da empreiteira.

O pedido feito pela Procuradoria-Geral da República se baseia nas delações de Marcelo Odebrecht, Paul Elie Altit e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo.

Segundo a delação, os parlamentares solicitaram pagamentos à Odebrecht em contrapartida pela atuação favorável à aprovação, pela Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), de aquisição de torre comercial e shopping center no empreendimento "Parque da Cidade", em São Paulo.

De acordo com os depoimentos, ficou acertado com Guido Mantega que, ocorrendo a concretização do negócio, seria lançado crédito de R$ 27 milhões em benefício do PT, dos quais R$ 5 milhões seriam destinados de forma específica a Zarattini e Vaccarezza.

ZARATTINI

Fachin autorizou outra abertura de inquérito contra Zarattini, esse baseado nos depoimentos de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal, Luiz Eduardo da Rocha Soares e José de Carvalho Filho.

Zarattini é suspeito de ter recebido, para as suas campanhas de 2010 e 2014, além de doações oficiais de R$ 450 mil e R$ 161,5 mil, respectivamente, a soma de R$ 50 mil em recursos não contabilizados. Os pagamentos teriam sido feitos no período de agosto a setembro de 2010.

Segundo os delatores, o pedido de doação feito por Zarattini teria como contrapartida a apresentação de medidas provisórias destinadas a atender interesses do setor metroviário.

OUTRO LADO

Procurado, Zarattini negou irregularidades. "Não tive acesso ao conteúdo das supostas delações envolvendo meu nome. Todas as minhas doações de campanha foram legais e declaradas nos órgãos competentes e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral", disse. A reportagem ainda não localizou as defesas de Mantega, Vaccarezza e Bacelar.