Ministro do STF suspende busca e apreensão em gabinete de deputada federal

Autor: Da Redação,
terça-feira, 04/04/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decidiu suspender a busca e apreensão feita no mês passado pela Polícia Federal no gabinete da deputada Simone Morgado (PMDB-PA). Os policiais cumpriram mandado expedido pela Justiça Federal do Pará contra Soane Castro de Moura, assessora da deputada e ex-superintendente federal de Pesca e Aquicultura do Estado. A decisão foi assinada na sexta-feira (31). As informações são da Agência Brasil.

Moraes atendeu a um pedido liminar feito pela Câmara dos Deputados, que contestou a busca, por entender que não cabe a um juiz de primeira instância determinar o cumprimento de diligências nas dependências do Congresso, tarefa que caberia somente ao STF.

Na decisão, o ministro concordou com os argumentos e entendeu que um parlamentar não pode se “submeter à persecução penal e às medidas acautelatórias” de um juiz. “Não seria razoável ao juiz de 1º grau, que determinou a colheita de provas na residência oficial e no próprio local de trabalho de uma parlamentar federal, ainda que sob a justificativa de investigar terceira pessoa, excluir a possibilidade de violação à intimidade e vida privada da congressista no curso de investigação criminal conduzida por autoridade a qual falece tal competência”, decidiu o ministro.

De acordo com a decisão, a Justiça Federal do Pará deverá enviar imediatamente ao Supremo todo o processo e o material apreendido. A Polícia Federal também deverá remeter ao ministro o relatório das investigações e as cópias das decisões que justificaram a busca.

As investigações que embasaram as buscas começaram em 2016. De acordo com a PF, auxiliadas por agentes públicos, pessoas sem vínculo com Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura no Pará acessavam sistemas internos para alterar dados do cadastro de pescadores no seguro-defeso, que é concedido a pescadores em épocas nas quais a pesca é proibida para a manutenção da fauna. A PF investiga um possível prejuízo de R$ 185 milhões no cadastro de pescadores no órgão, que na época era vinculada ao extinto Ministério da Pesca.