Irmã de Aécio chora e diz que não recebeu propina pelo tucano

Autor: Da Redação,
domingo, 02/04/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em vídeo em que chora e diz que gostaria de olhar nos olhos de todos para provar a inocência, a jornalista Andrea Neves repete gesto do irmão, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), e rebate a acusação de que o tucano teria recebido propina da Odebrecht em uma conta bancária em Nova York operada por ela.

Andrea, 58, diz que provará a inocência dos Neves. "Pra mim, como disse meu irmão ontem à noite, pouco interessa agora quem mentiu, quem é o mentiroso, se o delator ou a fonte da revista. O que interessa é a mentira. Eu não sei o que está acontecendo para tanto ódio e tanta irresponsabilidade, atacar de forma tão covarde a vida das pessoas."

Em reportagem publicada na sexta-feira (31), a "Veja" afirmou ter tido acesso ao conteúdo da delação de Benedicto Junior, ex-­pre­sidente da Odebrecht Infraestrutura.

Segundo a revista, BJ, como é conhecido o executivo, afirmou na delação -já homologada no Supremo Tribunal Federal- que os repasses a Aécio foram "contrapartida" ao atendimento de interesses da empreiteira em obras como a da Cidade Administrativa, em Minas, e da usina de Santo Antônio, em Rondônia, onde a Cemig (estatal mineira) integrou um consórcio.

Primeiro Andrea se dirige a um espectador genérico. "Gostaria de poder olhar no seu olho, embora não te conheça, pra garantir que isso é mentira e que vamos provar", diz.

Depois, fala a conhecidos, com voz embargada. "Gostaria de poder olhar no olho... [pausa para chorar]. Desculpa... De cada pessoa que eu conheço, de cada amigo, de cada pessoa que acompanha nosso trabalho, pra dizer é mentira, e nós vamos provar."

Enfim, evoca "duas pessoas que me conhecem tão bem", a mãe e a filha. "Fiquem tranquilas, não sofram por nós, porque nós vamos provar que é mentira."

Andrea está entre os principais conselheiros de Aécio na política. Durante o governo do tucano em Minas (2003-10), ela cuidou da área de comunicação.

No sábado (1º), Aécio convocou uma coletiva de imprensa e disse que, no mesmo dia, protocolaria duas petições no STF para pedir acesso à delação de BJ e solicitar que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, apure o vazamento do conteúdo de colaborações de empresários com a força-tarefa.

Presidente nacional do PSDB, o senador o se disse "vítima de ataques e incompreensões" e afirmou que a informação é "falsa, criminosa e irresponsável".

No vídeo, Andrea corrobora as palavras do irmão. "Ontem à noite o advogado desse delator desmentiu a revista, dizendo que seu cliente jamais tocou no meu nome ou na existência dessa falsa conta lá fora."