ATUALIZADA - Temer escolhe Aloysio Nunes para assumir Itamaraty

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 02/03/2017

MARINA DIAS E GUSTAVO URIBE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo federal anunciou nesta quinta-feira (2) que o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), assumirá o comando do Ministério das Relações Exteriores.

O presidente Michel Temer se reuniu mais cedo com o tucano, no Palácio do Planalto, para fechar a indicação. A posse foi marcada para terça-feira (7), junto com a de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça.

O tucano assume o cargo de José Serra, que deixou o governo na semana passada alegando problemas de saúde.

Como mostrou a Folha de S.Paulo na quinta-feira (23), Aloysio despontava como favorito ao cargo junto com o embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, que foi porta-voz do governo FHC.

Ambos os nomes foram indicados pela cúpula do PSDB. Além deles, os tucanos falaram a Temer sobre o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), mas o mineiro confidenciou a aliados que não ficaria bem para o relator do impeachment no Senado assumir um cargo no governo.

Aloysio foi mencionado pelo próprio Temer como sua principal opção ainda na noite que Serra pediu exoneração do cargo e despontou como favorito pelo cargo.

De início, o senador não rechaçou a possibilidade de aceitar o convite, mas disse que precisaria "ouvir a família" antes de dar qualquer sinalização ao próprio partido de que aceitaria deixar o mandato para comandar a chancelaria brasileira.

ELEIÇÃO

O senador comandou a Comissão de Relações Exteriores do Senado e, pelo desempenho à frente do colegiado, é visto como um bom nome pelo corpo técnico do Itamaraty. Ele também é muito próximo a Serra, o ex-ministro, de quem é aliado e amigo pessoal há muitos anos.

Apesar da afinidade com os temas da pasta, Aloysio havia ponderado, segundo aliados, sobre o impacto de uma eventual indicação em seu futuro político.

Eleito por São Paulo em 2010, o senador teria que travar uma nova disputa nas urnas em 2018, caso queira continuar exercendo um mandato eletivo.

Em 2014, Aloysio concorreu a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves contra a ex-presidente Dilma Rousseff e o agora presidente Michel Temer.

LAVA JATO

Aloysio foi citado na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC.

Segundo Pessoa, Aloysio teria recebido R$ 500 mil da empresa como doação eleitoral para sua campanha para senador em 2010, sendo R$ 300 mil em doações oficiais e R$ 200 mil via caixa dois.

O empresário afirmou ainda que as contribuições, legais ou ilegais, eram pagamento de propina para obtenção de contratos na Petrobras.

Aloysio rebate as acusações e diz que todas as doações que recebeu em sua campanha foram legais e declaradas à Justiça eleitoral.

A linha de corte anunciada por Temer, porém, diz que citados nas delações não serão retirados de seus cargos. Caso ministros ou auxiliares virem réus, aí, sim, serão afastados do posto.