Por cargo na Mesa Diretora, PT libera senadores para votação no Senado

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 01/02/2017
Após confusão, Senado aprova reforma trabalhista de Temer. Foto: Divulgação-arquivo

Em mais uma mudança de posicionamento, o PT decidiu liberar a bancada de dez senadores nas eleições do Senado que ocorrem na tarde desta quarta-feira (1º).

Pela manutenção de cargo na Mesa Diretora e espaço nas comissões permanentes da Casa, a maioria da bancada decidiu, em reunião na noite de terça (31), que o partido deveria apoiar a candidatura de Eunício Oliveira (PMDB-CE), o favorito na disputa à Presidência do Senado.

Até a noite de terça, era vitorioso um discurso voltado para a militância petista, defendido especialmente pelos senadores Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR), segundo o qual o PT não poderia apoiar um candidato do partido que protagonizou as negociações pró-impeachment, o PMDB.

Dessa forma, a tese é de que o partido, preferencialmente, não apoiaria candidato algum.

Pesando os prós e contras, contudo, os senadores decidiram liberar a bancada, que irá dividida para a votação desta tarde. Parte dará votos para o provável futuro presidente Eunício Oliveira. A outra deve se abster.

Esse acordo com o peemedebista teve sua primeira conversa um dia antes da votação do impeachment de Dilma Rousseff, como mostrou a reportagem em dezembro.

Desde então já se sabia da divisão interna no PT, mas houve a garantia de alguns votos, entre quatro e seis, em troca da manutenção dos direitos políticos da petista.

De lá pra cá, seguiram-se diversas negociações. Apesar da bancada petista nunca ter sido unânime em torno de Eunício, quem defendeu a aproximação afirmou que ele sempre se manteve discreto durante o período da votação do afastamento da petista.

Além disso, pesou para a decisão do PT a quantidade de cargos em jogo. Só a primeira secretaria, que passou a ser negociada para o senador José Pimentel (PT-CE), tem hoje 63 servidores lotados, conforme dados do portal da transparência do próprio Senado.

O próprio ex-presidente Lula defendeu essa tese e liberou as bancadas tanto da Câmara, quanto do Senado, para apoiar os candidatos do governo, respectivamente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Eunício Oliveira.

DÉBORA ÁLVARES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) -