Coligação tucana pede investigação de doação de Kalil à campanha

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 28/10/2016

JOSÉ MARQUES

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - A coligação do candidato a prefeito João Leite (PSDB) em Belo Horizonte pediu que a Promotoria Eleitoral investigue uma doação de R$ 2,2 milhões do adversário Alexandre Kalil (PHS) à própria campanha.

O pedido da campanha de Leite, protocolado nesta quinta (27), afirma que o concorrente "não declarou possuir a disponibilidade em soma de recursos financeiros na declaração de bens que apresentou à Justiça Eleitoral".

O documento afirma que a quantia pode ter sido obtida por meios lícitos, "tais como empréstimos junto a instituições bancárias e venda de patrimônio". "Contudo [...] também não se pode deixar de cogitar que a obtenção de tais recursos tenha se dado de forma ilícita", diz o texto.

O patrimônio total declarado por Alexandre Kalil à Justiça Eleitoral é de R$ 2,7 milhões. Ele tem dito que vendeu um apartamento para fazer a doação, mas não especifica qual é o imóvel ou quem foi o comprador.

Nos últimos dias, Leite tem desafiado Kalil a mostrar os dados da venda. Procurada pela reportagem, a campanha de Kalil não se manifestou.

Segundo a última pesquisa Datafolha, feita na terça (25), Kalil estava empatado tecnicamente com João Leite, mas com vantagem numérica de 52% a 48% dos votos válidos.

Kalil é ex-presidente do Atlético-MG e empresário. Já João Leite foi goleiro do clube nos anos 1970 e 80, e é deputado estadual.

A proximidade acirrou os conflitos entre os dois candidatos, que têm feito acusações mútuas. Nesta quinta, após a campanha de Kalil ter dito que o presidente do PSDB de Belo Horizonte comprou depoimentos de ex-funcionários de uma empresa do ex-cartola, a Justiça Eleitoral concedeu direito de resposta ao tucano no horário eleitoral desta sexta (28). A campanha de Kalil recorreu.

João Leite também decidiu recorrer ao padrinho Aécio Neves, ex-governador de Minas e senador. Após ter aparecido pouco durante a campanha, Aécio gravou uma vinheta que ocupou dois minutos (de um total de cinco) do programa eleitoral do deputado.