'Tomara que continuem me atacando', diz Kalil, após crescer em pesquisa

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 26/10/2016

JOSÉ MARQUES E REYNALDO TUROLLO JR.

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - Pela primeira vez à frente na pesquisa Datafolha, o candidato à Prefeitura de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) disse que torce para que seu adversário, João Leite (PSDB), o ataque mais.

"Tomara [que Leite continue atacando], porque não está dando certo. Se ataque fosse bom, não precisava de campanha, precisava de investigador e boca de aluguel", disse Kalil, em caminhada por um bairro popular de Belo Horizonte nesta quarta-feira (26).

No segundo turno, Leite passou a usar parte de sua propaganda para revelar as dívidas da Erkal e da Fergikal, empresas de Kalil. Em debate nesta terça (25), o tucano chegou a levar à plateia uma ex-funcionária que acionou Kalil na Justiça por causa de dívidas trabalhistas.

Kalil comentou a pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta, em que aparece numericamente à frente de Leite, com 52% das intenções de votos válidos (excluídos nulos e brancos) contra 48%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, eles estão tecnicamente empatados.

"Uma pesquisa em que eu subo sete pontos e o adversário desce sete, se eu falar que ela é ruim...", comemorou Kalil, que é ex-presidente do Atlético-MG e disputa sua primeira eleição.

Já o deputado estadual Leite, em visita à obra inacabada de um complexo esportivo na comunidade de Morro das Pedras, desconversou sobre o resultado da pesquisa Datafolha e aproveitou para voltar a alfinetar Kalil.

"O próximo prefeito de Belo Horizonte vai cuidar do dinheiro das pessoas, então tem que ser uma pessoa honesta, uma pessoa confiável. O segundo turno, um contra o outro, dá a oportunidade de as pessoas medirem quem tem mais respeito da população para administrar a cidade", disse o tucano.

"Eu sou a voz dos trabalhadores do outro candidato, o Kalil", acrescentou. Leite disse que gostaria de usar a campanha para debater propostas, mas "há uma parte da população que foi totalmente lesada pelo outro candidato" e que precisa ser ouvida.

CONDENAÇÃO

Os dois candidatos também comentaram reportagem da Folha de S.Paulo desta quarta que noticiou que Kalil foi condenado a pagar multa, em 2011, por submeter funcionários de uma de suas firmas a "condições degradantes de trabalho e transporte".

"O trabalhador da empresa do Kalil não tinha acesso a água e banheiro. Alguém assim pode administrar a nossa cidade?", provocou Leite.

Sobre a decisão judicial, Kalil afirmou que está se "defendendo na Justiça com dinheiro depositado [para eventual pagamento da multa]".