Meirelles: política responsável manterá inflação na meta

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 16/08/2010

Ao defender hoje em palestra a empresários na capital mineira as ações na área econômica adotadas até o momento pelo Banco Central e pelo governo, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que, mantidas as atuais condições, há risco bem menor de inflação no País em relação a 2002 - último ano de governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Meirelles disse que a previsão de inflação do mercado está bem próxima da meta definida pelo governo para 2010 e, para os próximos anos, a estimativa se equipara à meta. De acordo com ele, para este quadro ser mantido, é preciso apenas "manter a política de responsabilidade".

Segundo Meirelles, hoje não há mais espaço para "aventuras" na política econômica brasileira. Segundo ele, independentemente do resultado das eleições de outubro, a própria população, de forma geral, entende também os efeitos de uma "boa política monetária" e não admite mudanças de rumo que possam causar instabilidade econômica.

O presidente do BC evitou citar nomes e defender candidaturas e lembrou que as posições dos candidatos sobre a questão são de "domínio público". Mas ressaltou que há na disputa presidencial uma pessoa mais "comprometida" com a atual política econômica. "Não compete ao presidente do Banco Central ser analista político. Qual a visão de hoje e de ontem, qual dos candidatos está mais comprometido com um Banco Central independente, com a manutenção da atual política, eu não preciso falar. Todos podem fazer seu julgamento", declarou.

Meirelles está à frente do BC desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do BC não citou o nome da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, em nenhum momento durante sua palestra aos empresários. Contudo, ele ressaltou várias conquistas do atual governo. Disse que a população é a principal responsável pela cobrança de uma política econômica responsável, o que considera uma "conquista para o Brasil".

"A política monetária é bem entendida não só pelos empresários, mas pela população, pela classe média e pela classe baixa, pelos beneficiários de programas sociais. Há muito pouco campo de manobra para tentativas de programas irresponsáveis. As pesquisas mostram que a população não quer aventuras", acrescentou, ao responder a uma pergunta sobre possíveis apreensões com o resultado das eleições.