Para Temer, objetivo dos partidos de oposição é destruir o governo

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 05/10/2016

GUSTAVO URIBE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Na tentativa de reduzir resistências à proposta de teto dos gastos públicos, o presidente Michel Temer criticou nesta quinta-feira (5) a postura dos partidos de oposição e pediu à base aliada que não se incomode com os discursos contrários à iniciativa federal.

Em cerimônia de posse do ministro Marx Beltrão (Turismo), o peemedebista apelou aos parlamentares governistas que estejam em Brasília na segunda-feira (10) para votar a medida e afirmou que a atuação das siglas de oposição no país é política e com o objetivo de destruir a administração federal.

"Eu peço que os senhores estejam na segunda-feira aqui. Claro que haverá oposição, mas não se incomodem. No Brasil, a tese da oposição não é uma tese jurídica, é uma tese política. A tese da oposição é a seguinte: se não estou junto com o governo, tenho de destruir o governo. Isso é uma coisa cultural e histórica", disse.

O peemedebista ressaltou que o período eleitoral é distinto ao período administrativo, quando "todos os brasileiros devem se unir em benefício do país". Ele afirmou que, em outras democracias, o papel dos partidos de oposição é necessário para fiscalizar e cobrar o governo federal.

"Não se incomodem com os gestos da oposição. A oposição no país tem uma concepção política. Não temos de nos incomodar com isso, temos de pregar novas ideias", disse.

Segundo o presidente, caso um teto de gastos públicos tivesse sido adotado há seis anos, o deficit do país estaria atualmente zerado. "Ao longo dos anos, vamos colocar o Brasil nos trilhos", disse.

Na noite de terça-feira (4), em jantar com líderes da base aliada, o peemedebista afirmou que a aprovação da medida é a chance para a classe política demonstrar seriedade com as contas públicas.

Com a pressão da Câmara dos Deputados, a administração federal anunciou na segunda-feira (3) que a correção do piso dos gastos com saúde e educação pela inflação será válido a partir de 2018, não a partir de 2017.

Mesmo com a mudança, ainda há insatisfação entre membros da base aliada, os quais ainda defendem que saúde e educação não sofram correção pela inflação.

"A partir de 2018, será quando o Brasil começará a crescer. Eu acredito que, quando voltar a crescer, educação e saúde têm de crescer como o país e não podem ficar paralisados", disse nesta terça-feira (4) o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força.

Na tentativa de viabilizar a proposta, além do jantar desta terça-feira (4), o presidente irá promover no domingo (9) um jantar com todos os deputados federais da base aliada na residência oficial da Presidência da República.