Fortaleza terá segundo turno com Roberto Cláudio e Capitão Wagner

Autor: Da Redação,
domingo, 02/10/2016

ISABEL FILGUEIRAS

FORTALEZA, CE (FOLHAPRESS) - Com 85% das urnas apuradas, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) passou para o segundo turno com 40,7% dos votos válidos. O adversário na próxima etapa será o candidato Capitão Wagner (PR) que conseguiu 31,2% dos votos válidos. Os resultados já eram previstos nas últimas pesquisas de intenção de voto.

O segundo turno divide as influências políticas da cidade em campanha polarizada. De um lado, Roberto Cláudio, que teve a segunda campanha com mais dinheiro no Brasil, é apoiado pelos ex-ministros Ciro e Cid Gomes. De outro, Capitão Wagner aparece ao lado de duas lideranças políticas no Ceará, os senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB).

A candidata do PT, Luizianne Lins, apareceu em terceiro lugar com 15% dos votos válidos. Esta é a primeira vez que a petista é derrotada nas urnas em disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Em 2004, ela venceu no segundo turno e conseguiu se reeleger no primeiro turno em 2008.

O quarto lugar ficou com o deputado estadual Heitor Férrer, com 7,1%. Os outros cinco candidatos juntos tiveram cerca de 5% dos votos válidos.

CAPITÃO AMÉRICA

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, 281 urnas foram substituídas e houve 60 ocorrências em todo o estado. Entre os crimes, foram registrados compra de votos, boca de urna e propaganda irregular. O caso que mais chamou a atenção foi a proibição de uso de camiseta azuis com o símbolo do super-herói estadunidense Capitão América.

No último sábado (1), decisão liminar do juiz José Krentel entendeu que a confecção da camiseta seria uma infração da legislação por ter símbolo que remete claramente a uma coligação. Na 113ª zona eleitoral, a juíza Andrea Mendes ordenou que eleitores com a camiseta não poderiam votar. Pela manhã, uma primeiro sargento foi presa e levada à Polícia Federal por fazer uso da vestimenta. Mais tarde ela foi liberada e a advogada argumentou que a proibição não havia sido amplamente divulgada.

O promotor Marcus Renan, plantonista na Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), deu voz de prisão à policial militar. "Ela estava na ativa, dentro da Secretaria de Segurança Pública, quando trocou a vestimenta. Vamos nos reunir para decidir o que fazer no segundo turno e obter um consenso entre nós promotores sobre essas particularidades envolvendo policiais militares que estavam trabalhando em favor de uma candidatura", diz.

Ele informou ainda que haverá reunião nesta segunda (03) para saber como prosseguir. Segundo Marcus Renan, houve ainda mais dois casos envolvendo policiais, uma tenente e um subtenente. "Recebemos várias reclamações sobre esse comportamento. Mas só amanhã vamos apurar quantas intercorrências, de fato, tivemos envolvendo policiais militares", afirmou.