BRUNO FÁVERO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No último dia antes das eleições, o candidato João Doria (PSDB), reclamou da atuação do Ministério Público de São Paulo, que na terça-feira (27) pediu a cassação da chapa do tucano e uma punição ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) fiador de sua campanha.
"Hoje, entraram com a 22ª representação contra mim. Segunda deve ter mais uma, terça outra. Até o fim da campanha podemos ter mais de 50", disse.
"Vocês [jornalistas] são testemunhas, não passam dois dias sem uma representação contra mim. Podem tirar as conclusões que forem convenientes [sobre se sou perseguido pelo MP (Ministério Público)]", reclamou, logo acrescentando: "Mas respeito muito o trabalho do MP, eles têm o direito de fazer as formulações que acharem pertinente".
Cumprindo agenda no Museu Afro Brasil, no parque do Ibirapuera, o candidato voltou a ser questionado sobre sua proposta de acabar com a secretaria municipal de Promoção da Igualdade Racial.
"A proposta está mantida. Os negros vão ter uma ação transversal em todas as áreas da prefeitura, não serão colocados de canto. Serão valorizados e inseridos no contexto de cada secretaria."
Há duas semanas, o presidente do Tucanafro de São Paulo, Eloi Estrela, que lidera a militância negra do PSDB municipal, criticou a ideia.
Durante o evento, Doria ainda anunciou que pretende negociar com a administração do Jockey Club, no Butantã, a transferência das corridas de cavalo para outro local, ainda não definido, e a transformação do espaço em um parque público.
Segundo ele, a operação seria possível porque o terreno onde fica o Jockey hoje pertence à Prefeitura. Além disso a instituição deve impostos à cidade.
Neste ano, o prefeito Fernando Haddad (PT) inaugurou um parque municipal na antiga Chácara do Jockey. O terreno foi desapropriado pela Prefeitura, a quem o Jockey devia R$ 133 milhões em IPTU.