Manifestantes se reúnem na Paulista para protesto contra Temer

Autor: Da Redação,
domingo, 04/09/2016

ANGELA BOLDRINI, ARTUR RODRIGUES E PAULA REVERBEL

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na tarde deste domingo (4), uma multidão se reúne na avenida Paulista, em São Paulo, para uma manifestação contra o governo de Michel Temer e o impeachment de Dilma Rousseff.

O protesto começou a andar no sentido Consolação por volta das 17h30 e deve seguir pela avenida Rebouças até o Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste.

Com faixas de "fora Temer" e placas de "diretas já", os manifestantes ocupam as duas faixas da via em frente ao Masp. O ato foi chamado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, compostas por movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e CMP (Central de Movimentos Populares).

"Ontem o presidente golpista do Brasil disse que a nossa manifestação teria quarenta pessoas. Aqui estão as quarenta pessoas, já somos quase cem mil na avenida Paulista", discursou Guilherme Boulos, do MTST, nesta tarde.

"Melhor seria estar ao lado de 40 manifestantes do que em um governo de 40 ladrões", diz ele, sobre o carro de som.

Previsto anteriormente para as 14h, o protesto teve o horário de início atrasado para as 16h30 em acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, para não entrar em conflito com o evento de passagem da tocha paraolímpica, que ocorreu por volta das 13h.

Entre as figuras políticas que compareceram estão o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) e a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), candidata a prefeita de SP. Ambos foram muito aplaudidos.

"Vim juntar a minha voz àquelas que estão lutando por democracia", afirmou a cartunista Laerte Coutinho. Ela diz esperar que, ao contrário das manifestações anteriores, não haja confronto com a polícia. "Mas a violência contra as manifestações pela democracia não tem nada a ver com Black blocs ou vandalismo, é programada."

SEGURANÇA

Policiais do batalhão de choque estão posicionados dos dois lados da avenida e foram hostilizados pelos manifestantes ao passarem pelo ato. Algumas pessoas atiraram objetos, como latas de cerveja, nos policiais.

No fim da tarde, na esquina da avenida Paulista com a avenida Rebouças, havia 11 policiais militares, além de uma viatura e oito motos da PM. Eles informaram que já há estrutura montada para que o protesto desça a Rebouças.

A reportagem não constatou a presença de "black blocs".

"Vocês podem ter certeza que da nossa parte não surgirá nenhum pretexto para repressão policial", diz Boulos. "Queremos Diretas Já, é lamentável 30 anos depois o povo ter de voltar à rua pelo mesmo motivo".

O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que o protesto vai até o largo da Batata. "Queremos movimento, que as pessoas sigam atrás da gente".

O movimento espera cerca de 50 mil pessoas.