Horário eleitoral gratuito estreia com críticas de candidatos à atual gestão municipal

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 26/08/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na estreia do horário eleitoral gratuito nas rádios, candidatos à Prefeitura de São Paulo concentraram seu tempo a críticas à gestão do prefeito, Fernando Haddad (PT), e a problemas da cidade.

A transmissão, com dez minutos de duração, foi realizada às 7h no rádio.

As mudanças introduzidas na reforma eleitoral de 2015 reduziram o período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV de 45 para 35 dias. As campanhas terão dois blocos no rádio e dois na televisão, com dez minutos cada.

Além dos blocos, os partidos terão direito a 70 minutos diários em inserções, distribuídos entre os candidatos a prefeito (60%) e vereadores (40%).

Com o maior tempo entre os candidatos -três minutos e seis segundos-, a propaganda de João Doria (PSDB) enfocou a biografia do candidato, que nunca havia disputado um cargo político: "58 anos, é casado, tem três filhos e é uma das cem pessoas mais influentes do Brasil e do mundo".

A propaganda destacou seu perfil empreendedor, contando que o tucano começou a trabalhar aos 13 anos e que pagou a faculdade com seu próprio dinheiro. "Trabalho há 45 anos de 14 a 16 horas por dia", afirmava Doria.

O candidato do PSDB declarou que "ciclovia é bom, mas ciclovia mal feita é ruim" e prometeu facilitar aberturas de negócios e geração de empregos.

Com o segundo maior tempo -dois minutos e 35 segundos-, a propaganda de Fernando Haddad ressaltou o que o prefeito fez durante seu mandato. Faixas de ônibus, ciclovias e vagas em creches e escolas foram as ações mais citadas.

Com 8% de intenções de voto e a rejeição mais alta entre os candidatos à prefeitura -de 49%, segundo a última pesquisa do Datafolha, Haddad afirmou que, durante sua gestão, colocou o interesse público em primeiro lugar e que isso "nem sempre é reconhecido imediatamente" pelos eleitores.

"São movimentos difíceis de compreender em um primeiro momento, mas a população vai assimilando ao longo do tempo".

A propaganda de Marta Suplicy (PMDB) teve tom mais pessoal e informal. Nela, a candidata afirmou ter andado por toda a cidade, "conversando com todo mundo e ouvindo bastante". A peemedebista usou uma linguagem coloquial para se aproximar de seu eleitorado: "Solta o som da mudança aí, mano", dizia ao fim da declaração.

Marta usou parte de seu um minuto e 57 segundos para também fazer críticas a Haddad. Prometeu combater a "indústria das multas" e melhorar a saúde, "que está na UTI", área que concentra boa parte dos ataques ao petista.

Celso Russomanno (PRB), que lidera com 31% das intenções de voto, contou com um minuto e 12 segundos. A saúde foi o principal tema de sua propaganda.

Com poucos segundos de tempo no bloco, as campanhas de Luiza Erundina (PSOL), Major Olimpio (Solidariedade), Levy Fidelix (PRTB) e Ricardo Young (Rede) se utilizaram de slogans e frases de efeito. Sem destacar seu candidato, Henrique Áreas, o PCO aproveitou seus cinco segundos de transmissão para se posicionar "contra o golpe de Estado".