Em meio a impasse sobre as prévias, Alckmin trocará comando da Casa Civil

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 04/03/2016

DANIELA LIMA, THAIS ARBEX E REYNALDO TUROLLO JR.
BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio a uma profunda divisão entre os setores do PSDB de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin avisou a aliados que vai promover trocas em seu secretariado. A principal mudança seria a saída do titular da Casa Civil, Edson Aparecido.
Aparecido acompanha o governador desde o mandato anterior e foi o coordenador da campanha de Alckmin à reeleição, em 2014, quando o tucano só não venceu em um dos 645 municípios do Estado.
A substituição ocorre num momento em que o PSDB rachou em meio às prévias que irão escolher o próximo candidato da sigla à Prefeitura de São Paulo. A disputa hoje se desenrola entre o vereador Andrea Matarazzo, que conta com o apoio de nomes como Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra, e João Doria Júnior, o afilhado de Alckmin.
Consultados pela reportagem, aliados do governador admitem que houve uma piora das relações entre Alckmin e o secretário, que resistiu a declarar apoio público a Doria. Procurado, Aparecido não respondeu aos telefonemas da reportagem.
O secretário não deixará o cargo de imediato. Em reunião com integrantes do governo e deputados estaduais aliados, Alckmin chegou a pedir sugestões de nomes para a Casa Civil e disse que Aparecido havia pedido para deixar a pasta uma semana antes da realização das prévias. A partir daí, o governador iniciou uma consulta sobre possíveis nomes para a pasta, que tem como principal função coordenar a articulação política.
Entre os cotados para a vaga está o deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), que foi presidente da Assembleia Legislativa no mandato anterior de Alckmin, e Arnaldo Jardim (PPS), hoje secretário de Agricultura do Estado.
A esses aliados, o governador confidenciou que promoverá outras mudanças em sua equipe. As estruturas das secretarias de Cultura, Transportes e Meio Ambiente devem sofrer alterações. As substituições devem ser anunciadas em blocos. A ideia é carimbar as trocas como medidas administrativas e não políticas.