Dilma liga a Lula para prestar solidariedade sobre operação da PF

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 04/03/2016

GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A presidente Dilma Rousseff telefonou no início da tarde desta sexta-feira (4) para o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, para desejar-lhe solidariedade.
Segundo relatos, no telefonema, a presidente repetiu avaliação que fez pela manhã a prefeitos do país, segundo a qual foi "desnecessária" a expedição de um mandado de condução coercitiva contra o petista.
O telefonema foi dado quando o petista já estava no diretório nacional do PT em São Paulo, pouco depois de ter prestado depoimento à Polícia Federal.
Em reunião de emergência, realizada nesta manhã, a presidente chegou a ser aconselhada por ministros a viajar nesta quarta à capital paulista para participar de manifestação favorável ao petista. Ela, no entanto, ainda não tomou uma decisão.
Em desabafo aos prefeitos, a petista avaliou que a situação está saindo da normalidade e do que prega o Estado democrático de direito.
Ela ponderou ainda a necessidade de se respeitar as instituições judiciais do país, mas ressaltou que o petista nunca havia se negado a prestar esclarecimentos sobre as suspeitas contra ele.
Mais cedo, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, também avaliou como um "exagero" o mandado de condução coercitiva e reconheceu que o episódio é "ruim" e gera um desgaste para o partido.
"É um exagero e isso ficou nítido", criticou.
Preocupada, a presidente Dilma Rousseff convocou nesta manhã uma reunião de emergência com seus ministros mais próximos no Palácio do Planalto para discutir os efeitos e a estratégia do governo federal diante do episódio.
No diretório nacional do partido, o presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza, saiu também em defesa do petista.
Segundo ele, o juiz Sergio Moro e a Polícia Federal passaram dos limites e armaram um "espetáculo patético e vergonhoso" contra o petista. "Foi desnecessário", resumiu.
A Polícia Federal executou mandados de busca e apreensão no prédio do ex-presidente e de seu filo Fábio Luíz Lula da Silva -também conhecido como Lulinha.
Essa fase da operação, batizada de Aletheia, apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações.