Ex-deputado e mais seis são indiciados por corrupção em Furnas

Autor: Da Redação,
sábado, 27/02/2016

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Delegacia Fazendária da Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou o ex-deputado Roberto Jefferson sob acusação de lavagem de dinheiro em esquema semelhante ao mensalão montado na companhia estatal Furnas Centrais Elétricas entre 2000 e 2004.
Além dele, foram indiciados os lobistas Nilton Antônio Monteiro, Pedro Pereira Terra, Walter Annicchino, Sérgio José Annicchino, Dieikson Barbosa e Ademir Carnevalli Guimarães, acusados de corrupção ativa, além de lavagem de dinheiro.
A delegada Renata Araújo disse que o valor desviado chegaria a R$ 54,9 milhões, resultado do superfaturamento de obras e serviços de empresas contratadas para fazer obras nas usinas termoelétricas em São Gonçalo e Campos, no Rio.
Segundo ela, Dimas Fabiano Toledo, então diretor de Planejamento, Engenharia e Construção de Furnas, estaria à frente da implementação do esquema de corrupção. Beneficiado pela prescrição do crime por ter mais de 70 anos de idade, no entanto, Dimas não foi relacionado no inquérito.
O relatório de 38 páginas, com 28 páginas do inquérito, foram enviados neste sábado, 27, para o Ministério Público Estadual.
Segundo a polícia, há provas de um esquema de desvio de recursos públicos para o financiamento ilegal de campanhas políticas e enriquecimento ilícito de políticos, empresários e lobistas.
A reportagem não conseguiu contato com os acusados.
Em 2005, Roberto Jefferson relatou à Folha de S.Paulo o esquema que lhe teria sido apresentado pelo então diretor Dimas Toledo. À época, a diretoria da empresa negou as acusações do ex-deputado, mas Toledo deixou o cargo. No ano seguinte, Jefferson confirmou em depoimento à Polícia Federal ter recebido R$ 75 mil de caixa dois gerenciado por funcionários da estatal Furnas Centrais Elétricas.