Construtoras são alvo de operação da PF em ao menos três Estados

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 26/02/2016

BELA MEGALE, FLÁVIO FERREIRA, MÔNICA BERGAMO E RUBENS VALENTE
SÃO PAULO, SP, E DE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (26), mais uma fase de uma operação derivada da Lava Jato.
A Operação O Recebedor apura os desdobramentos da Lava Jato com base em informações coletadas delações premiadas e documentos. A investigação de foca no pagamento de propina para a construção das ferrovias Norte-Sul, integração Leste-Oeste. Há indícios de prática de cartel e lavagem de dinheiro.
Só em Goiás, a PF apurou mais de R$ 630 milhões desviados na construção da ferrovia Norte-Sul.
São cumpridos sete mandados de condução coercitiva e 44 mandados de busca e apreensão, no Paraná, Maranhão, Rio, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Goiás.
Entre os alvos de busca e apreensão estão a sede da Odebrecht, no Rio de Janeiro, a da Constran, em São Paulo. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal de Goiás conduzem a operação.
Os investigadores concluíram que as empresas fechavam contratos simulados.
Um escritório de advocacia e duas empresas com sede em Goiás eram usadas de fachada para maquiar a origem ilegal de dinheiro, proveniente de fraude de licitações publicas.
Na capital paulista, policiais estão na sede da Constran e na casa de um ex-funcionário da Serveng, empresa que atua nas áreas de engenharia e construção, mineração e energia.
O nome da operação faz referência à defesa apresentada por um dos alvos em uma investigação anterior intitulada "Trem Pagador", na qual seus advogados alegaram que "se o trem era pagador, o alvo não fora o recebedor".
Os envolvidos devem responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
OPERAÇÃO CRÁTONS
Segundo a reportagem apurou, a Operação O Recebedor é fruto do desmembramento da Operação Crátons, filhote da Lava Jato que investiga um esquema de comércio e exploração ilegal de pedras preciosas em reserva indígena em Rondônia. Ela se iniciou a partir do rastreamento das atividades do doleiro Carlos Habib Chater, preso na primeira fase da Lava Jato, em março de 2014.
Segundo a PF, empresários, garimpeiros, comerciantes e até indígenas participavam da exploração de diamantes na reserva indígena Parque do Aripuanã, num local conhecido como Garimpo Lage, usufruto de índios da etnia Cinta Larga.