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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Comissão de Ética do PSDB de São Paulo vai investigar a denúncia de que o empresário João Doria, pré-candidato a prefeito da capital paulista, estaria fazendo pagamentos à militância do partido.
Em nota, o presidente municipal do partido, vereador Mário Covas Neto, o Zuzinha, afirmou, que caso fiquem comprovadas as denúncias, os responsáveis serão punidos. "Declaro repulsa a essas práticas ilegais e que contrariam frontalmente o que prega o partido", diz o presidente.
Um líder tucano na zona leste, apoiador do empresário, diz em gravação obtida pela Folha de S.Paulo que o tucano faz pagamentos à militância do partido. Anderson Silva Carvalho, conhecido como Celebridade, afirma no áudio que ninguém quer trabalhar de graça para Doria, que disputa a prévia com o vereador Andrea Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli.
No próximo domingo, os filiados ao PSDB vão às urnas decidir quem será o nome da legenda para concorrer à prefeitura.
"Ele [Doria] ajudou sim a militância. Todos que estão com o Doria estão sendo ajudados. Só não posso passar o valor para você, a quantia e que dia cada um recebe porque fica antiético. Mas isso eu falo: todos foram ajudados", afirma Celebridade, para um interlocutor não identificado.
Em nota enviada à reportagem, a campanha de Doria afirma que paga despesas de transporte e alimentação de colaboradores.
No áudio, enviado como mensagem de voz pelo aplicativo WhatsApp para outros militantes do partido, Celebridade não especifica quem recebe os pagamentos, nem fala diretamente em compra de votos, o que seria crime eleitoral.
Indica, porém, que sem pagamento haverá resistências em votar em Doria. "Ninguém quer trampar de graça. Ninguém quer sair da sua casa para ir votar no Doria, por exemplo. Quem é Doria? Vai tomar no c...!"
Covas Neto diz, no entanto, que o PSDB deve ter "cuidado para não cometer injustiças" e diz estranhar que a três dias da realização das prévias "tal denúncia seja difundida pela imprensa e não no âmbito interno partidário".