Oposição apresenta voto alternativo em CPI do BNDES

Autor: Da Redação,
terça-feira, 23/02/2016

AGUIRRE TALENTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), integrante da oposição ao governo federal, apresentou na CPI do BNDES nesta terça-feira (23) um voto alternativo ao relatório final do deputado José Rocha (PR-BA), que não sugere indiciamentos de ninguém ao fim dos trabalhos da CPI.
Jordy, em sua manifestação, pede o indiciamento dos dirigentes do BNDES, dentre eles o presidente do banco, Luciano Coutinho. Acusa-os de gestão temerária, crimes contra o sistema financeiro, aplicação irregular de verbas públicas e improbidade administrativa.
O voto em separado é uma manifestação de protesto da oposição, mas deve surtir poucos efeitos práticos.
O deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES) que integra a base do governo, também apresentou um voto alternativo, no qual aponta a necessidade de maiores esclarecimentos sobre os financiamentos do BNDES e pede a continuidade do trabalho da CPI -que se encerra nesta semana.
Nesta terça, José Rocha terminou de ler seu relatório, criticado por oposicionistas. Na manhã da quarta-feira (24) a CPI irá discutir e votar o relatório, realizando sua última sessão.
Caso seja rejeitado, o que é raro ocorrer em CPIs, outro deputado pode ser escolhido para fazer um novo relatório final.
'SIMBOLISMO'
O relatório final de Rocha, apresentado na semana passada, não indicia nenhum dirigente do banco, nem empresários ou políticos já investigados por possíveis relações com problemas em financiamentos.
Em diversos pontos, seu relatório reclama da falta de documentos necessários para avaliar se os financiamentos foram regulares e vantajosos economicamente.
Nesta terça, ele declarou à imprensa que os indiciamentos são apenas "simbólicos" e que não procurou holofotes. "Vamos encaminhar a documentação às autoridades. O Ministério Público vai dispor de tudo para abrir a investigação que achar necessária", afirmou Rocha.
A CPI do BNDES foi instalada em agosto do ano passado e, apesar de ter entregue sub-relatorias a deputados oposicionistas, teve como relator um parlamentar mais alinhado ao governo federal, que garantiu um relatório final mais neutro e não acatou as sugestões mais críticas feitas pelos sub-relatores.
Sob a presidência do deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), requerimentos contrários ao governo chegaram a ser pautados e aprovados, como a convocação de Bumlai, que ficou calado na CPI, mas os trabalhos tiveram dificuldades no excesso de detalhes técnicos dos financiamentos do BNDES.