Nome de fase da Lava Jato, acarajé é servido em almoço do governo

Autor: Da Redação,
terça-feira, 23/02/2016

GUSTAVO URIBE E FLÁVIA FOREQUE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em uma demonstração de timing político equivocado, o Palácio do Itamaraty escolheu servir mini-acarajés, prato típico da culinária baiana, como aperitivo em coquetel oferecido pelo governo federal nesta terça-feira (23) à vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti.
A iguaria afro-brasileira dá nome à 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira (22) e que determinou a prisão temporária do marqueteiro João Santana, responsável pelas duas campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff.
O aperitivo fazia parte dos canapés servidos antes do almoço, que teve as presenças do vice-presidente Michel Temer, do presidente do STF (Superior Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, dos senadores Valdir Raupp (PMDB-RR) e Ana Amélia (PP-RS), entre outros.
A presença dos mini-acarajés entre as especialidades brasileiras servidas no coquetel foi ironizada por autoridades presentes, que chegaram a brincar com diplomatas e conselheiros que o Palácio do Itamaraty havia errado ao escolhê-lo para o evento.
A iguaria foi o único prato tipicamente baiano servido no encontro. O cardápio do almoço foi uma salada de palmito com folhas verdes, bacalhau com batatas e creme de limão.
A 23ª fase da Operação Lava Jato tem esse nome porque o termo foi utilizado por alguns investigados como referência ao dinheiro em espécie para pagamento de propina.
Outra palavra, "pixuleco", também tinha esse significado e foi o nome dado à 17ª fase da operação, em agosto do ano passado.
Segundo os procuradores, o "acarajé" era entregue por Maria Lúcia Tavares, responsável pela planilha e pela entrega desses valores.