FHC diz que denúncias feitas por ex-namorada são 'invenções'

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 22/02/2016

THAIS ARBEX
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou, nesta segunda (22), como "invenção" e "coisas menores" as denúncias de ele que teria usado a Brasif S.A. Exportação e Importação para enviar ao exterior dinheiro para a jornalista Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento extraconjugal, e para o filho dela, Tomás Dutra.
O caso foi revelado por Mirian Dutra à Folha de S.Paulo. É a primeira declaração pública de FHC sobre o caso.
"Não tem fato. O que foi que eu fiz de errado? Nada. Vocês estão insistindo em um tema que não existe", disse. "É invenção, não sei de quem. São coisas menores. Estou preocupado com o Brasil."
FHC disse ainda não ter "denúncia nenhuma, a própria empresa disse que não é verdade". Ele afirmou ainda não nada a "temer e esconder" e voltou a afirmar que a relação com a jornalista "pertence ao âmbito pessoal".
JOÃO SANTANA
FHC afirmou que, se as investigações sobre o marqueteiro João Santana alcançarem a campanha presidencial de Dilma Rousseff, "é possível" que volte a ter força no Congresso o pedido de impeachment da presidente.
"Não sei qual é o grau de extensão do que está aparecendo, se alcança ou não a campanha da presidente Dilma. Se alcançar, doa a quem doer. Não tem jeito", disse.
O ex-presidente, que participou do último ato da pré-campanha do vereador Andrea Matarazzo a prefeito de São Paulo pelo PSDB, afirmou ainda esperar que "se desfaça essa organização criminosa" que está no poder e disse ter "pena" do que está acontecendo no Brasil.
O ex-presidente disse ainda que o pedido de prisão do marqueteiro reforça a tese do PSDB, que pede a cassação da chapa da presidente e de seu vice, Michel Temer, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
"Se aparecer alguma coisa como estão dizendo, é claro [que reforça]", disse. "Mas sou prudente. Nunca avanço o sinal sobre pessoas que estão sendo acusadas. Vamos ver o que tem. O que já apareceu é suficiente para todos sabermos que deste jeito que está não dá. É preciso que tenham lideranças que sejam confiáveis ao país."
Classificando o momento político do país como "um desastre", FHC disse que "não se pode tampar o sol com a peneira". "Alguns dizem que estamos no fundo do poço, outros que dizem que tem um alçapão."