Lula sofre uma 'caça constante' no país, critica Jaques Wagner

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 15/02/2016

GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em uma estratégia elaborada na semana passada, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, saiu nesta segunda-feira (15) em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que o petista sofre uma "caça praticamente constante" no país.
Segundo o ministro, o antecessor da presidente Dilma Rousseff tem sido alvo de "ataques sistemáticos", em uma caça que, segundo ele, deveria ser feita a "bandidos", não a uma "liderança nacional".
"É uma caça a uma liderança nacional. Poderia ser uma caça aos bandidos, mas nesse caso é uma caça praticamente constante", disse.
Em encontro na sexta-feira (12) com o petista, a presidente Dilma Rousseff concordou em fazer uma defesa pública de seu antecessor, mantendo o tom solidário adotado por ela desde o início das revelações sobre as suspeitas contra o petista.
A ideia é criticar os vazamentos seletivos e a condução das investigações, mas ressaltando que ninguém está acima da lei. No sábado (13), Dilma declarou que Lula é vítima de injustiça.
O receio é de que, ao fazer um forte desagravo público ao petista, a presidente leve para dentro do Palácio do Planalto a crise enfrentada por seu antecessor e seja criticada por assumir um discurso partidário em um cargo institucional.
A avaliação de ministros e auxiliares dela é de que as acusações contra Lula podem agravar a atual crise política e impactar inclusive o índice de aprovação da presidente, que chegou a 12% segundo a última pesquisa Datafolha.
Na reunião, os dois também discutiram sobre o cenário econômico e o petista teria se comprometido a ajudá-la a diminuir a resistência no PT e nos movimentos sociais à reforma previdenciária.
Em meio às suspeitas, Lula estuda "o momento certo" de se pronunciar, podendo inclusive conceder uma entrevista. A defesa e os aliados dele criticam as investigações da Polícia Federal e a acusam de tentar "criminalizá-lo".