Sergio Moro sugere ao TSE que ouça delatores da Lava Jato

Autor: Da Redação,
domingo, 14/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em ofício ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o juiz federal Sergio Moro afirmou que uma sentença sua, no âmbito da Operação Lava Jato, comprovou o repasse de propinas para campanhas eleitorais e recomendou à Justiça Eleitoral que ouvisse delatores do caso.
A informação foi publicada no site da revista "Veja" neste domingo (14).
No TSE, há quatro ações quem pedem a cassação da coligação da presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer (PMDB). Todas foram enviadas pelo PSDB.
"Destaco que na sentença prolatada na ação penal 5012331-04.2015.404.7000 reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobras para doações eleitorais registradas", escreveu o juiz, em outubro passado.
O processo citado pelo juiz foi o que levou às condenações do ex-tesoureiro do PT João Vaccari e do ex-diretor da Petrobras Renato Duque.
"Saliento que os criminosos colaboradores Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Pedro José Barusco Filho, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, Milton Pascowitch e Ricardo Ribeiro Pessoa declararam que parte dos recursos acertados no esquema criminoso da Petrobras era destinada a doações eleitorais registradas e não-registradas", relata Moro.
"Como os depoimentos abrangem diversos assuntos, seria talvez oportuno que fossem ouvidos diretamente pelo Tribunal Superior Eleitoral a fim de verificar se têm informações pertinentes."
ENVIO DE INFORMAÇÕES
Em dezembro, Moro enviou à corte eleitoral dados da Operação Lava Jato.
Entre os documentos estão um relatório da Polícia Federal sobre diálogos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, e de um executivo da empreiteira, além de denúncias e sentenças ligadas às investigações.
Em sua delação, Pessoa afirmou que, em 2014, foi persuadido pelo ministro Edinho Silva (Comunicação), então tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma, a aumentar as doações. Ele disse que foram acertados R$ 10 milhões, mas foram pagos R$ 7,5 milhões porque ele acabou preso na Lava Jato. O ministro nega a acusação.
Dilma Rousseff tenta evitar que o TSE admita os dados da Lava Jato como prova em pedidos de cassação contra ela no tribunal.