Planalto pede que líderes da base na Câmara defendam Lula de acusações

Autor: Da Redação,
terça-feira, 02/02/2016

MARIANA HAUBERT E GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) fez um apelo nesta terça-feira (2) aos líderes dos partidos da base aliada da Câmara para que defendam o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva das recentes denúncias envolvendo o petista.
Na reunião com deputados realizada na manhã desta terça (2) no Palácio do Planalto, Wagner fez uma explanação sobre o que chamou de perseguição ao ex-presidente e disse que a história de Lula "precisa ser respeitada".
Segundo participantes do encontro, ele fez um pedido indireto para que os parlamentares defendam o petista. Para um dos líderes que estava na reunião, a fala teve tom de desabafo.
Na semana passada, a Folha de S.Paulo mostrou que um sítio frequentado por Lula e sua família, localizado em Atibaia, no interior de São Paulo, teve uma reforma de R$ 700 mil custeada pela Odebrecht, segundo relatos de pessoas que atuaram na obra. A empreiteira nega.
A área está registrada no nome de dois sócios de um dos filhos do ex-presidente, Fábio Luís da Silva. Nesta segunda (1º), a revista "Época" mostrou que o petista e sua família viajaram 111 vezes a Atibaia entre 30 de março de 2012 e 11 de janeiro deste ano. A informação foi obtida com base nas diárias dos servidores que fizeram parte da equipe de segurança do ex-presidente.
GUARUJÁ
Lula também é alvo de uma investigação da Polícia Federal pela suspeita de que tenha se beneficiado de um tríplex no Guarujá (SP). Deflagrada na semana passada, a 22ª fase da Operação Lava Jato, denominada Triplo X, tem entre os alvos as transações envolvendo o imóvel.
Em seu despacho sobre a operação, o juiz federal Sergio Moro afirma haver a suspeita de que a empreiteira OAS "teria utilizado o empreendimento imobiliário no Guarujá para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras".
A mulher de Lula, Marisa Letícia, adquiriu a opção de compra de um tríplex em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do condomínio sob investigação. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel.
O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa e a Lava Jato levar à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, além de executivos da OAS. A defesa de Lula nega as acusações.