Aliados de Cunha comparecem ao Conselho e tentam derrubar sessão

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 19/11/2015
Aliados de Cunha comparecem ao Conselho e tentam derrubar sessão-  IMAGEM - Agência Brasil

DÉBORA ÁLVARES E RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A reunião do Conselho de Ética agendada para a manhã desta quinta-feira (19) para apresentação do parecer preliminar pela admissibilidade do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi marcada por vários movimentos protelatórios. Mesmo sem integrar a comissão julgadora, a tropa de choque do peemedebista compareceu em peso à sessão para derrubar a sessão.
Sem registrar presença, um dos mais fiéis escudeiros de Cunha, André Moura (PSC-SE), pediu o encerramento da sessão antes mesmo que ela fosse aberta alegando falta de quorum. Com base no artigo 79 do Regimento Interno, alegou que, passados 30 minutos do horário marcado para o início dos trabalhos do Conselho, o presidente deveria declarar que não haveria quorum suficiente.
Agendada para 9h30, às 10h apenas oito membros já haviam registrado presença. André Moura pediu a palavra às 10h20. Às 10h23 o quorum foi atingido, com 11 integrantes da comissão presentes.
Além do presidente e do relator, estavam: Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Betinho Gomes (PSDB-PE), Júlio Delgado (PSB-MG), Nelson Marchezan (PSDB-RS), Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PPS-PR), além dos suplentes Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Capitão Augusto (PR-SP) e Jorginho Mello (PR-SC).
Outro aliado de Cunha, Manoel Júnior (PMDB-PB) também apelou ao Regimento Interno, pedindo a leitura da ata da reunião anterior do Conselho, baseado no artigo 50 da norma da Casa. O presidente do Conselho afirmou não ter o documento pronto. Foi interrompido pelo aliado de Cunha que afirmou que a sessão estava impedida de continuar por ferir o regimento.
"O presidente do Conselho de Ética é José Carlos Araújo e não Vossa Excelência", respondeu.
A sessão desta quinta serviu como um teste de fidelidade dos membros do Conselho que os aliados de Cunha acreditam estar ao lado dele no caso. A orientação era esvaziar a reunião, o que ocorreu.
Em um acordo de bastidor que envolve o congelamento dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT cumpriu com a sinalização dada na quarta (18) de que ajudaria Cunha a protelar seu processo de cassação.
Na sessão desta manhã, nenhum petista registrou presença até a abertura dos trabalhos. Em seguida, chegaram Assis Carvalho (PT-PI), que é suplente, e Zé Geraldo (PT-PA). Eles, contudo, acompanharam a reunião em silêncio.