Cunha mantém para terça decisão sobre impeachment de Dilma

Autor: Da Redação,
domingo, 11/10/2015
Jaques Wagner acusa Eduardo Cunha de manobras pró-impeachment  - Foto: Arquivo-imagem ilustrativa

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), irá decidir na terça-feira (13) se aceita ou não o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, elaborado pelos advogados Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.
"Ainda não conclui as análises", afirmou Cunha neste domingo (11), confirmando que tomará uma decisão assim que voltar a Brasília.
Ele não revelou se irá manter o que a oposição espera: que ele rejeite o pedido, para que, ato contínuo, deputados protocolem um recurso para consultar o plenário da Casa sobre o tema.
Sob intensa pressão depois que a Procuradoria-Geral da República divulgou detalhes da movimentação atribuída a ele na Suíça com dinheiro do petrolão, algo que ele nega, Cunha só confirma que irá tomar uma decisão.
Entre governistas, há um temor de a posição delicada do presidente da Câmara o faça tomar uma decisão contrária: de aceitar o pedido de Bicudo e Reale, que é considerado o mais representativo e que tem maior apoio dos partidos oposicionistas.
A partir daí, seria instalada uma comissão especial para a análise do pedido, que depois iria a plenário, onde precisaria de 342 dos 513 votos para abrir o processo de impedimento da presidente -que teria de deixar o cargo no máximo por seis meses caso seu caso não tenha enfim sido julgado no Senado.
A interlocutores, Cunha tem reafirmado que manterá a posição "de magistrado", dando a entender que irá manter o roteiro original da tramitação do pedido de impeachment, que garante um caráter mais amplo ao pedido.
Uma decisão monocrática de aceitação da peça de Bicudo e Reale traria a Cunha a acusação de ter agido de forma reativa, para tirar as acusações contra si da berlinda.
Eduardo Cunha passa o feriado desta segunda no Rio, com a família.
Sua situação agravou-se ao longo da semana passada, quando foram surgindo provas recolhidas por autoridades suíças de que ele mantinha contas no país.
Em depoimento espontâneo à CPI da Petrobras, Cunha havia dito que não tinha contas no país. Para a PGR, o dinheiro veio de propinas em um contrato da estatal petroleiro no Benin. Cunha nega as acusações e diz manter o que disse à CPI.