Após dois anos de espera, Dilma desmarca em cima da hora reunião com Suplicy

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 22/06/2015

MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Foram dois anos e 19 cartas de espera. Mas às 17h desta segunda-feira (22) a presidente Dilma Rousseff iria finalmente receber em seu gabinete o ex-senador petista Eduardo Suplicy (SP), hoje secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo.
A preparação vem desde sexta-feira (19), quando a secretária do gabinete pessoal da Presidência da República ligou para confirmar a reunião. Suplicy informou que chegaria a Brasília às 14h, com bastante antecedência, e que, caso fosse necessário, encararia um eventual atraso, pois só voltaria à capital paulista no voo das 20h25.
A surpresa, porém, veio às 14h40 desta segunda, quando Álvaro Henrique Baggio, chefe do gabinete pessoal de Dilma, telefonou para desmarcar a audiência.
"A ligação foi para informar que havia ocorrido uma série de problemas nos últimos dias, em especial no final de semana, e a presidente não poderia me receber hoje", disse Suplicy. "Eu já tinha contado para meus amigos, familiares e alunos que a presidente me receberia. Estou entristecido", completou o ex-senador.
Desde junho de 2013 Suplicy pede uma audiência com Dilma.
A solicitação foi feita pessoalmente por três vezes e, em todas elas, o ex-senador ouviu a promessa de que a presidente o receberia. Nas outras, enviou 19 cartas pedindo a reunião.
A 20ª será escrita ainda nesta segunda-feira. "Não perdi a esperança, estou no aguardo que ela volte a marcar comigo", afirmou.
Como já estava em Brasília e bem perto do gabinete no terceiro andar do Palácio do Planalto que tanto aspira entrar, Suplicy foi avisado por Baggio que os ministros Pepe Vargas (Direitos Humanos) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) fariam as vezes da presidente.
"Eles me receberam às 15h30, mas isso, obviamente, é bem diferente do que conversar com a presidente", afirmou Suplicy que, às 20h25 embarcou, contrariado, de volta a São Paulo.
O ex-senador quer falar com a presidente sobre seu projeto da Renda Básica de Cidadania e pedir a criação de um grupo de trabalho que avalie em quanto tempo ele pode ser implementado no país.