Lula parabeniza Pimentel e alfineta tucanos por acordo com professores

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 18/05/2015

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou, nesta segunda (18), as críticas do governador de Minas Fernando Pimentel (PT) a governos tucanos após o Estado firmar acordo com professores para o pagamento do piso nacional da categoria até 2017.
"Cumprimento o governador Fernando Pimentel, que mesmo recebendo uma situação financeira difícil do governo anterior, conseguiu em cinco meses fazer o que não foi feito em 12 anos pelos tucanos no Estado: dialogar e respeitar os educadores mineiros", disse, por meio de nota, alfinetando as gestões dos senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia, ambos do PSDB.
Em seguida, fez referência à ação policial que deixou quase 200 professores grevistas feridos no Paraná, Estado governado por Beto Richa (PSDB).
"Enquanto em alguns Estados os governos não dialogam com os professores, o PT e os partidos aliados em Minas Gerais mostram que é possível avançar tanto na negociação democrática quanto na valorização dos educadores", afirmou, acrescentando que "educação se constrói com diálogo, não com violência".
Ao assinar o acordo, na sexta-feira (15), Pimentel já havia se referido ao episódio como "espetáculo lamentável". Tanto naquela ocasião quando na nota de Lula, os nomes dos adversários não foram citados.
Atualmente, a categoria está em greve em seis Estados, quatro deles governados pelo PSDB -São Paulo, Goiás, Pará e Paraná-, um pelo PSD, Santa Catarina, e um pelo PMDB, Sergipe. Em Minas, o sindicato dos trabalhadores de educação é filiado à CUT, braço sindical ligado ao PT, e comandou greves nas gestões dos tucanos Aécio e Anastasia.
A presidente da entidade, Beatriz Cerqueira, afirma que as outras gestões descumpriram os acordos que firmaram com a categoria. "Infelizmente, os governos anteriores tiveram a chance de valorizar a educação e cumprirem aquilo que foi acordado. Dois documentos foram descumpridos".
O governo estima que o acordo custará R$ 13 bilhões aos cofres públicos -que, segundo Pimentel, será equilibrado cortando custeio e "discrepâncias e erros" na folha de pagamento.
No documento assinado entre as partes, ficou acordado um reajuste de 31,78% a ser pago em dois anos para professores de educação básica, descongelamento das promoções nas carreiras dos docentes e outros benefícios. O projeto foi enviado à Assembleia Legislativa.