Randas pede ajuda política para o Hospital do Coração

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 27/03/2015
Médico Randas Vilela Batista, diretor da Fundação Vilela Batista - Foto: Delair Garcia

A Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Apucarana, que apura supostas irregularidades na construção do Hospital do Coração, ouviu ontem o médico Randas Vilela Batista, diretor da Fundação Vilela Batista, gestora da unidade hospitalar. Além dele, também foi ouvida a vereadora Telma Reis (PMDB), que intermediou a instalação do hospital em Apucarana.

Durante a oitiva, que durou cerca de três horas, o médico expôs o seu plano inicial de construção e também as dificuldades para colocá-lo em operação. Tendo ao lado seu advogado Luiz Carlos Leitão, o médico respondeu a pelo menos 27 perguntas da CPI, composta pelos vereadores Aurita Bertoli (PT), presidente, José Eduardo Antoniassi (PSDB), relator, e Mauro Bertoli (PTB), secretário, com acompanhamento do assessor jurídico Petrônio Cardoso.

Após a audiência, Doutor Randas concedeu entrevista à Tribuna, na qual expôs seu ponto de vista sobre a situação. Segundo ele, “para que o Hospital do Coração siga em frente e funcione basta apenas uma composição dos políticos da cidade com a fundação”. No seu entender, é preciso empenho de ambas as partes para garantir seu funcionamento, do mesmo modo como aconteceu em Arapongas em relação ao Hospital João de Freitas.

Apesar desta sua posição, ele não acredita que tenha havido qualquer manobra política em Apucarana para dificultar o funcionamento do hospital. “Eu não sou político e não entendo de política. Sou médico e tenho dedicado minha vida inteira à medicina”, disse.

Doutor Randas nega que o hospital tenha sido construído irregularmente. Segundo ele, todas as plantas da obra foram entregues à Vigilância Sanitária bem antes da sua construção. Somente depois da obra construída foram apontadas irregularidades por parte da Vigilância Sanitária Municipal e também Estadual.

Ele explica, no entanto, que as exigências foram feitas de maneira apenas oral. “O que eu quero é que a Vigilância me apresente por escrito essas exigências para que eu possa fazer as adequações necessárias”, afirma. “Aliás, são poucas e pequenas as adequações a serem feitas”, observa.

Doutor Randas lembra ainda que não tem dinheiro público investido no hospital. Trata-se de um recurso que ele ganhou do Japão e está investindo em Apucarana. Ele assinala que Apucarana foi escolhida para construção do Hospital do Coração por ser uma cidade localizada num epicentro de 3 milhões de habitantes, que comporta este tipo de atendimento médico. Ele cita que em dois anos e meio de funcionamento do ambulatório no hospital foram atendidos cerca de 8 mil pacientes que estavam numa longa fila de espera. “E todos saíram satisfeitos com o tratamento recebido”, declara.

Sobre a CPI instalada, o médico diz que a vê como uma preocupação dos vereadores em achar uma solução para o hospital funcionar. “Todas as perguntas foram pertinentes”, comenta. “Mas volto a dizer: se não houver uma composição e uma ajuda política ao projeto, não tem como seguir em frente”.


Colaboração com a CPI

A presidente da CPI do Hospital do Coração da Câmara de Apucarana, vereadora Aurita Bertoli (PT), considera que foi de extrema importância a participação do médico Randas Vilela Batista na oitiva. “O doutor Randas respondeu a todos os questionamentos realizados pela Comissão. Comentou sobre as questões relacionadas à vigilância sanitária, às falsas inaugurações e também sobre o não funcionamento do hospital na cidade. Ao final, ele ainda colocou-se à disposição naquilo que fosse necessário para resolver a atual situação do hospital”, disse Aurita.

Quanto ao depoimento da vereadora Telma Reis (PMDB), Aurita informa que ela compareceu para prestar depoimento com um Habeas Corpus preventivo em mãos e pouco colaborou com a CPI através de novas informações. (E.C.)